DESTAQUES DA BIBLIOTECA – EDIÇÃO 4/2025
Nesta quarta edição do Destaques da Biblioteca apresentamos as novas aquisições do acervo.
● LIVROS
eu acendi o fósforo
Karen Kazue Kawana
Ofícios Terrestres Edições, 2025. Em português.
ISBN 978-65-83506-08-5
[869.1 Ka]
“Encaro a escrita de poesia como uma forma de me expressar e um exercício com um quê de lúdico, tentando não me levar muito a sério para não ficar frustrada… E por que um livro? Por gostar do objeto. De sua materialidade. E, como neste caso, por poder reunir algumas pessoas cujo trabalho acompanho: Nekotombo, criador da arte da capa – um sketch da minha mão -, Marilia Kubota, autora do texto da orelha, e Gabriel, editor da Ofícios Terrestres…
Escrevi estes poemas ao longo dos últimos dois ou três anos. O título original era ‘Coisas agridoces’, mas o Gabriel achou que ‘agridoce’ não teria uma boa ressonância. Pensei um pouco e concordei. Por ter ascendência asiática, a palavra também poderia levar a associações indesejáveis neste nosso mundo torto. Enfim, no mexe e remexe dos poemas, fiz uma alteração num deles que levou ao título atual e foi o que ficou.” (do posfácio)
Da autora
Karen Kazue Kawana é autora da coletânea de poemas Pequenas coisas (Bestiário), da novela O homem do jardim (Urutau) e do pseudo-renga Cancioneiro da desilusão (Urutau). Tradutora de obras de escritores japoneses como Osamu Dazai, Motojirô Kajii, Yuriko Miyamoto, Toshiko Tamura, entre outros. Faz parte do Coletivo Escritoras Asiáticas e Brasileiras.
Vento na folha de bananeira: haicais
Vários autores
EDUA (Editora da Universidade Federal do Amazonas), 2024. Em português.
ISBN 978-65-5839-202-6
[869.1 Fe]
“Os poemas que dão forma a este livro pautam-se pelo minimalismo, que corresponde à busca da simplicidade e de concisão de linguagem… A milenar tradição poética japonesa nos legou a forma do haicai, o mais propício campo para o exercício do minimalismo, pela sua força concisão e o foco em momentos fugazes da natureza e da vida cotidiana. O haicai busca capturar a essência de um momento de maneira simples e direta, sem elaborações excessivas.” (da orelha)
Os haicais apresentados nesta coletânea “rodeiam o espectador, ofertando paisagens que se sobrepõem, causando encantamento de imprimir em poemas a amazônia.” (Cacio José Ferreira, na contracapa).
Estudos Asiáticos: um olhar pós-moderno entre Brasil e Japão
Leoconte de Lisle Coelho Junior, Monica Saemi Okabe
Editora CRV, 2013. Em português.
ISBN 978-85-8042-695-3
[305.8956081 Co]
“A história do Brasil e do Japão se misturaram há pouco mais de cem anos com a vinda dos imigrantes nipônicos em 1908. Durante todo este tempo foi-se consolidando aos poucos no imaginário nacional que os japoneses eram um povo aguerrido, trabalhador e extremamente disciplinado. Estas representações acabaram por encobrir várias outras facetas deste povo e de sua intrigante cultura. Este livro tenta desvendar um pouco destes saberes sob outro enfoque, que é o da difusão da cultura pop japonesa, principalmente na forma dos animes, mangás e cosplayers…Assim como os norte-americanos com seus filmes, os japoneses com seus desenhos e games detêm um monopólio cultural que se solidifica a cada ano, com vultosos lucros. Isto também garantiu aos seus descendentes no Brasil a ideia de que talvez o retorno à terra pátria lhes desse segurança social e financeira, e esta é também uma perspectiva trazida nesta obra.” (da contracapa)
Sobre os autores
Leoconte de Lisle Coelho Junior é doutor em psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo. Professor titular do curso de psicologia do Cesmac, professor substituto do curso de psicologia da Ufal e professor substituto nos cursos de medicina e enfermagem da Uncisal.
Monica Saemi Okabe é graduada em psicologia pelo Cesmac, psicóloga clínica no atendimento à toxicodependentes, formada em gestalt terapia e abordagem Rogeriana pela Escola Experimental de Psicologia e Psicoterapia Fenomenológico Existencial Gestalt Terapia e abordagem Rogeriana.
Kitchen (キッチン/Kitchin)
Banana Yoshimoto; tradução do japonês Lica Hashimoto, Lui Navarro, Fabio Pomponio Saldanha
Estação Liberdade, 2025. Em português.
ISBN 978-85-7448-323-8
[895.63 Yo]
“Em muitas sociedades, inclusive na japonesa, alguns espaços são delimitados socialmente por gêneros; um deles é a cozinha, estigmatizado como um espaço tão somente feminino, de cuidado e manutenção do lar. Em seu romance de estreia, Kitchen, Banana Yoshimoto questiona, de maneira pouco convencional, a construção do feminino que destoava dos modelos da década de 1980, representados naquele momento no Japão por mulheres sempre bem-arrumadas, prontas para agir, vivendo em uma grande metrópole que exala produtividade.”
“No conto Moonlight Shadow, que acompanha o romance, o espaço de luto torna-se a ponte do último encontro do casal, e a protagonista lida com o desejo do último adeus. A narrativa, que faz referência à lenda doTanabata, mescla o tempo dos sonhos à melancolia de ter de despedir-se de um grande amor.” (profª. Dra. Joy N. Afonso)
Sobre a autora
“Banana Yoshimoto (吉本ばなな) cujo nome de batismo é Mahoko Yoshimoto, nasceu em Tóquio, em 1964, filha do poeta e famoso intelectual Takaaki Yoshimoto (1924-2012). Formada em literatura pela Universidade Nihon, foi muito bem recebida pela crítica por sua obra de estreia, Kitchen, publicada em 1988, quando ainda era estudante universitária. Kitchen lhe rendeu o prêmio Izumi Kyoka.”
Território da luz (光の領分/Hikari no ryobun)
Yuko Tsushima; tradução Rita Kohl
Alfaguara, 2025. Em português.
ISBN 978-85-5652-251-1
[895.63 Ts]
“Território da luz foi publicado pela primeira vez na revista literária Gunzo entre os anos de 1978 e 1979 em doze textos independentes, porém conectados, que relatam, mês a mês, a vida dessa jovem e sua maternidade solo. Isolada de seu antigo círculo de amizades e decidida a não pedir ajuda à mãe, ela enfrenta a árdua tarefa de reconstruir sua identidade, conviver com a solidão e entender as próprias contradições. A força do romance reside justamente nas lutas internas da narradora, expostas com uma honestidade desprovida de sentimentalismo ou autopiedade. As poderosas imagens evocadas por Tsushima permanecem gravadas em nossa mente, numa escrita que impacta tanto por sua crueza quanto por sua incomparável sensibilidade.” (da contracapa).
Sobre a autora
Yuko Tsushima (津島佑子), pseudônimo de Satoko Tsushima, filha de Osamu Dazai, nasceu em 1947 em Tóquio, no Japão. Escreveu inúmeros contos e romances, muitos deles inovadores no conteúdo e estilo. Atuou como ensaísta e crítica literária, e como professora no Instituto Nacional de Línguas e Civilizações Orientais no início dos anos 1990. Ganhou vários prêmios literários como o Tanizaki e o Kawabata, entre outros. Teve sua obra traduzida para mais de dez idiomas. Faleceu em 2016, em Tóquio.
Reading desire in a new generation of Japanese women writers: a special collection of essays
Edição de Nina Cornyetz, Rebecca Copeland
Routledge, 2024. Em inglês.
ISBN 978-1-03-243733-0
[895.636 Re]
“Este livro explora o desejo por meio do trabalho de uma nova geração de escritoras japonesas em resposta à crescente atenção que elas receberam após o lançamento de seus trabalhos em língua inglesa. Os textos exploram uma ampla gama de abordagens teóricas e interpretações psicanalíticas para ‘ler’ as relações de uma nova geração de escritoras japonesas com o tema identidade, o sexo/gênero e o desejo. Ao tratar de espaços femininos, papéis maternos, corpos de gênero ou atos de fala resistentes, o livro revela o tema abrangente do desejo – desejo por linguagens, toque e reconhecimento.
Concentrando-se em autoras que antes eram sub-representadas nos estudos em língua inglesa, o livro destaca a natureza diversificada e as importantes sinergias da escrita por mulheres nas últimas décadas.” (tradução livre da contracapa)