DESTAQUES DA BIBLIOTECA – EDIÇÃO 04/2023

 

Nesta nova edição do “Destaques da Biblioteca” apresentaremos livros que foram inseridos recentemente no acervo.

 

LIVROS

O Japão entre linhas e telas: interfaces entre cinema e literatura

Organização de Janete Oliveira, Edylene Severiano.

Editora Desalinho, 2019. Em português.
ISBN 978-85-92789-35-0 [801.95 Ja]

“Todos os textos tematizam transposições intermidiáticas, compondo uma paleta diversificada de cineastas e escritores, cada qual com particularidades tanto em relação às narrativas em si quanto em relação às questões a que eles conduziram.”

São seis os cineastas estudados no livro: Shiro Toyoda, Hideo Oba, Masumura Yasuzo, Martin Scorsese, Yojiro Takita, Tetsuya Nakashima. Os escritores cujas obras foram levadas a tratamento fílmico são: Yasunari Kawabata, Yukio Mishima, Shinmon Aoki, Jun’ichiro Tanizaki, Shusaku Endo e Kanae Minato.

Sobre as organizadoras:

Janete Oliveira é professora assistente do setor de Japonês do Instituto de Letras da Uerj. Tem experiência na área de Literatura e Língua Japonesas, com ênfase nas representações literárias no cinema, televisão e teatro, atuando principalmente nos seguintes temas: comunicação, língua e cultura japonesa, interfaces português/japonês e comunicação intercultural.

Edylene Severiano atua como pesquisadora de Estudos Japoneses, no IDEA – Laboratório de História dos Sistemas de Pensamento (ECO-UFRJ) e no EloNihon – Laboratório de Estudos Midiáticos (UERJ), dedicando-se à pesquisa do Dô e suas imbricações com o cinema japonês, e editora do Selo CaminhoS de Estudos Asiáticos da Editora Desalinho.


Trajetória em noite escura (暗夜行路/An’ya Kôro)

Naoya Shiga. Tradução de Neide Hissae Nagae.

Ateliê Editorial, 2011. Em português.
ISBN 978-85-7480-562-7 [895.63 Sh]

O personagem principal da obra, Tokitô Kensaku, é uma espécie de alter ego do autor que vive em conflito consigo mesmo e com o mundo que o cerca, não sabendo definir se pertence à velha guarda ou se tem um espírito inovador. Para se afastar dos graves problemas que o consomem em épocas distintas, ele empreende três viagens com o objetivo de recompor sua identidade, abalada pelas vicissitudes que enfrenta. É uma obra que mistura a narrativa autobiográfica, confessional e de formação, sendo um dos resultados mais interessantes da experiência naturalista japonesa.

Sobre o autor:

Naoya Shiga (志賀直哉) nasceu em 1883, na cidade de Ishinomaki, na província de Miyagi. Tornou-se famoso por suas obras de natureza introspectiva, que revelam uma atitude ética em relação aos conflitos e à injustiça, pondo à mostra uma intensa postura de autoafirmação. Presidiu o Pen Club japonês de 1947 a 1948 e foi agraciado com a Medalha Cultural do governo japonês em 1949, vindo a falecer em 1971.


Cartas

Keigo Higashino; tradução de Diogo Kaupatez.

C33 Editora, 2020. Em português.
ISBN 978-65-991316-0-8 [895.63 Hi]

Tsuyoshi decide roubar a casa de uma empresária bem-sucedida, mas é surpreendido por ela e, num impulso de autopreservação, acaba cometendo um assassinato. Preso e condenado começa a escrever cartas para seu irmão mais novo, Naoki, seu único parente. O livro mostra como esse fato tem reflexos na vida desse jovem estudante do ensino médio. É uma obra que trata do preconceito, discriminação e resiliência.  Primeiro livro do autor em língua portuguesa publicado no Brasil.

Sobre o autor:

Keigo Higashino nasceu em 1958 na cidade de Osaka. Estudou Engenharia Elétrica na Universidade de Osaka e trabalhou como engenheiro na Nippon Denso (DENSO) de onde se desligou, em 1986, para se dedicar integralmente à sua carreira de escritor. É conhecido por seus romances de mistério, ganhou vários prêmios literários, possui uma vasta produção literária e várias adaptações para a TV e para o cinema.


O corpo na arte do taiko contemporâneo

Rafael Mariano Garcia.

Annabblume, 2022. Em português.
ISBN 978-65-5684-073-4 [786.90952 Ga]

Este livro propõe um mergulho na percussão do taiko. O autor, mediante sua experiência no grupo Hibiki Wadaiko, reflete sobre o que ele chama de “corpo taikoísta”, investigando a própria corporeidade e a de outros artistas na prática do instrumento, por meio de observações registradas em diários de trabalho e entrevistas. Trata-se do estudo do presente atravessado pela tradição de eras, desde a Pré-histórica até a Pré-moderna, e que abrange o uso do taiko na comunicação como o sagrado, os tambores nas guerras e nas artes tradicionais e folclóricas, bem como a sua recriação na Era Moderna em que a performance coletiva ficou conhecida como kumi-daiko. Unindo sólida pesquisa acadêmica, bibliográfica e relato pessoal, esta leitura fala do encontro de culturas na interação do corpo brasileiro com o tambor japonês, que se faz, concomitantemente, na universalidade e individualidade da expressão artística. (Informação da contracapa)

Sobre o autor:

Rafael Mariano Garcia é ator, professor de teatro e taikoísta. Doutorando e mestre em Artes da Cena pela Unicamp. Integrante do grupo Hibiki Wadaiko, da Associação Nikkey de Marília e pesquisador da arte do taiko. Tem interesse pelos temas: interpretação teatral, treinamento de ator/atriz/performer, diálogo intercultural no trabalho do ator, cultura japonesa, arte teatral japonesa e estudos do corpo.


TOMIE 2v.

Junji Ito; tradução de Drik Sada.

Pipoca & Nanquim, 2021. Em português.
ISBN 978-65-86672-37-4 (v.1), 978-65-86672-38-1 (v.2) [J726.1 It]

“Ninguém sabe ao certo quem ou o que ela é, mas uma coisa é fato: se você se deparar com a Tomie Kawakami, seu destino está selado… e ele não poderia ser mais aterrador!

Por trás de um rosto fascinante, realçado por uma única pinta debaixo do olho esquerdo, esconde-se um mal terrível. Um mal sedutor, capaz de enfeitiçar os homens e levá-los a cometer o mais hediondo dos atos: o assassinato. Mas como explicar o fato macabro de que a vítima desse instinto homicida é a própria Tomie?

Serializada originalmente no Japão de 1987 a 2000, esta é a primeira obra do mestre dos mangás de horror Junji Ito, tida como uma das mais influentes de seu gênero no Japão. Desde o lançamento, Tomie gerou um culto de fervorosos fãs e foi adaptada para nove filmes, sendo elogiada até hoje por críticos em todos os países onde é traduzida.” (informação retirada da capa do livro)

Sobre o autor:

Junji Ito (伊藤潤二)nasceu em 1963 na província de Gifu, no Japão. Trabalhou como técnico de próteses dentárias antes de seguir com a carreira de autor de mangás de horror. Entre seus trabalhos estão, além de Tomie, Uzumaki, Gyo, Fragmentos do Horror, Contos de Horror da Mimi, entre outros. Em 2019 ganhou o Prêmio Eisner na categoria Melhor Adaptação de Outra Mídia ao transpor para o mangá o clássico romance Frankenstein.


 

O último voo das borboletas (蝶のみちゆき/Cho no michiyuki)

Kan Takahama; tradução de Drik Sada.

Pipoca & Nanquim, 2019. Em português.
ISBN 978-85-93695-36-0 [J726.1 Ta]

O mangá é um recorte singular de um momento turbulento do Japão, o final da era Edo e início da era Meiji, com o Japão começando a se abrir aos países estrangeiros. A ambientação é um bordel no bairro de Maruyama, em Nagasaki, onde trabalha a cortesão de luxo Kichou, uma mulher que guarda um trágico segredo, que vai nos revelar uma história triste de amor e morte.

Sobre a autora:

Kan Takahama (高浜寛) nasceu em Amakusa, na província de Kumamoto, em 1977. Pertence a uma onda de quadrinistas que faz a ponte entre a tradição francesa e a japonesa, e integra o movimento conhecido como nouvelle manga, que mescla a experimentação narrativa dos mangás, com a atmosfera intimista dos filmes da nouvelle vague e o visual distinto dos quadrinhos franco-belgas.


Marcha para a morte! (総員玉砕せよ!/Soin gyokusai seyo)

Shigeru Mizuki; tradução de Arnaldo Oka.

Editora Devir, 2020. Em português.
ISBN 978-65-5514-058-3 [J726.1 Mi]

“No final da Segunda Grande Guerra, os soldados de uma companhia da infantaria japonesa são ordenados a morrer em nome do seu país ou serão executados ao regressar da batalha. ‘Marcha para a Morte!’, baseado em acontecimentos reais e na experiência do autor enquanto soldado, relata as consequências devastadoras deste episódio para a moral dos soldados.

A narrativa poderosa e pungente traduz de forma sensível as circunstâncias difíceis e caóticas, em uma declaração de Mizuki contra a futilidade da guerra e a estupidez da mentalidade militar.” (informação retirada da contracapa)

Prêmio de Legado do Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême (2009), Prêmio Eisner de Melhor Edição Americana de Material Internacional do Japão e de Melhor Trabalho Baseado em Fatos Reais (2012).

Sobre o autor:

Shigeru Mizuki (水木しげる), nasceu na província de Tottori, em 1922. Durante a Guerra do Pacífico serviu em Rabaul, onde perdeu seu braço esquerdo em um bombardeio. Depois de voltar ao país, tornou-se pintor de teatros de gravura e depois, autor de mangás de aluguel. Autor premiado, tanto nacional como internacionalmente, tem como obras mais famosas “GeGeGe no Kitaro”, “Kappa no Sanpei”, “Akuma-kun” entre outros. Em 2003 foi inaugurado o Museu Comemorativo de Shigeru Mizuki, em Sakaiminato, onde cresceu. Faleceu em novembro de 2015.


Miyamoto Musashi (宮本武蔵)

Shotaro Ishinomori; tradução de Drika Sada.

Pipoca & Nanquim, 2022. Em português.
ISBN 978-65-5448-054-3 [J726.1 Is]

Miyamoto Musashi (1584-1645) foi o espadachim invicto que, com vida e obra permeados de genialidade estratégica e questionamentos filosóficos baseados na prática de artes marciais, virou um ícone da história e da cultura japonesa, inspirando numerosas obras literárias e cinematográficas. Agora sob a ótica do renomado autor de mangás, Shotaro Ishinomori, a obra, recheada de drama e combates de tirar o fôlego, nos revela o desenvolvimento do guerreiro e nos introduz aos seus textos, dentre os quais, o influente Gorin no Sho: O Livro dos Cinco Elementos.

Sobre o autor:

Shotaro Ishinomori (石ノ森章太郎) nasceu em 1938, na localidade de Ishinomori, no distrito de Tome, na província de Miyagi e faleceu em 1998. Foi um dos mangakás pioneiros no Japão, com seus trabalhos e personagens alçados à fama tanto no país de origem quanto fora dele. Com uma lista que ultrapassa 700 títulos, escreveu e desenhou histórias de ficção científica, super-heróis, mistério, novelas de época, mangás para garotas e comédia. Em 2000 foi inaugurado o Shotaro Ishinomori Furusato Museum em Tome, sua terra natal, e em 2001, o Ishinomori Manga Museum, na cidade de Ishinomori.


A menina do outro lado (とつくにの少女/Totsukuni no shoujo) 4v.

Nagabe; tradução de Renata Garcia.

DarkSide Books, 2019 – 2020. Em português [J726.1 Na]

“Em um país dividido entre pessoas normais e seres amaldiçoados, Shiva é uma menininha que foi acolhida por uma estranha criatura meio animal, meio humana. Sensei, como é chamado, não pode ser tocado e vive fora da cidade. Afastado do convívio com os demais e ciente dos perigos e maldições que os rodeiam, Sensei alerta Shiva para que ela não saia sozinha. Porém, quando a menininha decide reencontrar sua tia desaparecida, regras são quebradas – e a sombria verdade pode se revelar. Um mangá repleto de beleza e lirismo.” (informação da editora)

Sobre o autor:

Nagabe (ながべ) nasceu em Tóquio em 1993. Graduou-se em Artes Visuais pela Universidade de Musashino. Ainda durante a graduação estreou como autor de mangás com a obra “Buchouwa Onee”(部長はオネエ). Gosta de coisas antigas e que dão sensação de ternura.