DESTAQUES DA BIBLIOTECA – Julho/2021

 

No mês em que acontece os Jogos da 32ª Olimpíada de Verão, a Biblioteca da Fundação Japão em São Paulo destaca, do seu acervo, alguns mangás originais que abordam esportes em seus enredos. Como sugestão de leitura, indica o livro do consagrado escritor japonês Haruki Murakami, Do que eu falo quando eu falo de corrida (走ることについて語るときに僕の語ること), no qual além de relatar sua experiência como corredor de longa distância e como triatleta, fala de si mesmo com honestidade.

As Olimpíadas tiveram origem em 776 a.C. na cidade grega de Olímpia. Os jogos eram realizados somente por homens para homenagear os deuses gregos e estabelecer a paz entre as regiões. Os primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna, criados por Pierre de Coubertin, um historiador e pedagogo francês, aconteceram em 1896 no Estádio Panatenaico, em Atenas, com a participação de 14 países. Em toda a sua história, os Jogos só não foram realizados durante as duas Guerras Mundiais, em 1916, 1940 e 1944. A bandeira olímpica é branca com 5 anéis de cores diferentes representando os continentes unidos pelo espírito olímpico. O Japão sedia pela segunda vez os Jogos Olímpicos, a primeira foi em 1964. Previsto para acontecer em 2020, foi adiado para 2021, devido à pandemia do coronavírus. De 23 de julho a 8 de agosto, as 46 modalidades esportivas acontecerão em diversas partes da capital, Tóquio, e em outras cidades como Miyagi, Saitama, Yokohama, Fukushima e Sapporo. O emblema desta Olimpíada é inspirado no Ichimatsu Moyo, formas quadriculadas características do período Edo, trazendo a predominância do azul índigo para representar a “expressão da elegância e sofisticação do Japão”. É constituído por três formas retangulares, representando diferentes países e culturas. O design apresenta a mensagem “Unidade na Diversidade”, atribuindo ao esporte a função de celebrar as diferenças. A mascote dos jogos olímpicos também segue a cartela de cores e formas do emblema e foi nomeada como “Miraitowa”, nome formado pelas palavras japonesas “Mirai” (futuro) e “Towa” (eternidade), representando o desejo de um futuro cheio de esperanças nos corações de todas as pessoas do mundo. E a mascote dos Jogos Paralímpicos, Someity, ´tem a cor das flores de cerejeira e possui um incrível poder mental e força física, representando os atletas paralímpicos que superam os obstáculos, redefinindo os limites do que é possível. Seu nome é formado pela palavra japonesa “Someiyoshino”, nome de uma variedade de cerejeira do Japão, e da palavra inglesa “So mighty” que significa “tão poderosa”. Os jogos paraolímpicos serão realizados entre os dias 24 de agosto e 5 de setembro em 22 modalidades esportivas.

Em janeiro de 2020 a Biblioteca promoveu várias atividades tendo como tema as Olimpíadas de Tóquio:

Biblioteca da Fundação Japão recebe eventos culturais sobre Jogos Olímpicos | Fundação Japão em São Paulo (fjsp.org.br)
Juegos Olímpicos de Tokio 2020 – Página de inicio de los próximos Juegos (olympics.com)
Olimpíadas de Tóquio 2020: tudo sobre os jogos – Mundo Educação (uol.com.br)
Olimpíadas Tóquio 2020: datas, mascotes e curiosidades – Brasil Escola (uol.com.br)

 

MANGÁ

Touch
(タッチ)

Mitsuru Adachi (あだち充)

Shogakukan(小学館)1999-2000
Em japonês
[J726.1 Ad]

Touch (mangá) – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)
タッチ 1 | 小学館 (shogakukan.co.jp)

 

É um mangá de esportes, no qual através do beisebol conta a história de dois irmãos gêmeos e da amiga de infância. O irmão mais novo, Kazuya, leva os estudos a sério e é o craque do time de beisebol da escola, já o mais velho, Tatsuya, embora seja bom estudante e tão bom jogador quanto seu irmão, é desleixado. Os dois têm uma atração pela amiga Minami. Kazuya promete levar ela e a escola a participar do maior torneio nacional de beisebol estudantil do Japão (Koshien). Porém, a caminho da partida decisiva que definiria o campeão regional, Kazuya sofre um acidente de trânsito e acaba falecendo. Tatsuya resolve então realizar o sonho do irmão e entra para o time de beisebol da escola na mesma posição, a de arremessador (pitcher). No início não foi fácil pois os colegas de Kazuya não aceitavam a presença dele. Porém com o correr do tempo, viram seu esforço e passaram a apoiá-lo. E após 2 anos de muito trabalho, Tatsuya consegue realizar o sonho do irmão e leva a escola ao Torneio Nacional de Beisebol (Koshien). O mangá teve várias adaptações para a TV, Cinema e Animação. E a música tema também fez muito sucesso sendo cantada até hoje em karaokês.

 

Sobre o autor:

Mitsuru Adachi (あだち充) nasceu em 1951 na cidade de Isesaki, na província de Gunma. Formou-se na Gunma Maebashi Commercial High School, em 1969 e fez sua estreia em 1970 com o mangá Kieta Bakuon, baseado no mangá de Satoru Ozawa. É conhecido por comédias românticas e mangás esportivos, e por seu “diálogo delicioso” em retratar o cotidiano. A biblioteca possui outras obras como H2 e Cross Game.

Mitsuru Adachi – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)


 

Shura no mon/ Shura no mon  Dai ni mon
(修羅の門/ 修羅の門 第弐門)

Kawahara Masatoshi (川原正敏)

Kodansha (講談社) 1988-1995/2011-2012
Em japonês
[J726.1 Ka]

Shura no Mon – Shura no Mon – abcdef.wiki
Shura no Mon | Manga Wiki | Fandom

 

Shura no mon conta a história de Mutsu Tsukumo, jovem praticante de caratê e sucessor do estilo mortal milenar, Mutsu Enmei-ryu. Para difundir e provar que o estilo é o melhor do mundo, decide participar de vários torneios de luta em várias partes do mundo. Durante sua trajetória vai aprimorando sua técnica e sua força. Chega a vir ao Brasil para lutar e após sua vitória vai à Colômbia para se encontra com outro lutador. Após isso, por três anos, seus amigos e conhecidos não tiveram mais notícias de seu paradeiro e, mesmo no mundo da luta, seu nome passou a ser esquecido. De repente, aparece um lutador mascarado que apresenta o mesmo estilo Enmei e começam a cogitar se não seria Tsukumo. E é nesse momento que a nova série começa. No torneio de artes marciais mistas, seus amigos decidem assistir a luta deste mascarado “ON” com o lutador de luta livre Miyamoto. Mas para surpresa de todos quem aparece no lugar deste é o próprio Tsukumo. O mascarado “ON” então decide enfrentar o vencedor entre Miyamoto e Tsukumo. Este vence as duas lutas e descobre-se que o mascarado é um outro lutador de nome Hideaki Takenami. E assim de torneio em torneio, de luta em luta, o mangá relata a recuperação da memória de Tsukumo, que foi perdida nesses anos de ausência, e da razão de se continuar lutando.

 

Sobre o autor:

Masatoshi Kawahara (川原正敏) nasceu na cidade de Mihara, na província de Hiroshima, em agosto de 1960. Iniciou sua carreira em 1985 com o mangá Paradaisu Gakuen (パラダイス学園). Entre seus trabalhos mais conhecidos estão Shura no mon (修羅の門), Mutsu Enmei Gaiden (陸奥圓明流外伝), Kaioki (海皇紀). Em 1990 recebeu o 14º Prêmio Kodansha pelo mangá Shura no mon.

Masatoshi Kawahara – Wikipedia


 

Slam Dunk kanzenban
(スラムダンク完全版)

Takehiko Inoue
Shueisha, 2001-2002
Em japonês
[J726.1 In]

検索結果 | 集英社の本 公式 (shueisha.co.jp)
Slam Dunk – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

 

É uma série de mangá que conta a história de um time de basquete da escola secundária japonesa Shokoku. Hanamichi Sakuragi é um colegial delinquente, de topete ruivo, que só leva fora das garotas que preferem os esportistas. Mas, a sua vida começa a mudar quando se apaixona por Haruko, que o convida a jogar basquete no time da escola. A princípio ele aceita para fazer uma média com ela, mas com o passar do tempo ele realmente começa a gostar do esporte. É um mangá hilário e emocionante que mostra o crescimento dos personagens dentro e fora das quadras. Slam Dunk atingiu em 2012, 120 milhões de cópias vendidas só no Japão, tendo uma adaptação para o anime. Segundo o autor, ele queria com a série demonstrar os sentimentos de um atleta, seus pensamentos quando ganham, perdem ou melhoram seu desempenho. E se surpreendeu ao receber cartas de leitores que diziam ter começado a jogar basquete devido ao mangá. Virou um clássico.

 

Sobre o autor:

Takehiko Inoue (井上雄彦) nasceu em janeiro de 1967 na cidade de Isa, na província de Kagoshima. Foi assistente de Tsukasa Hojo, autor do mangá City Hunter. Sua carreira começou com o mangá Purple Kaede (楓パープル) publicado na revista de mangá semanal Shonen Jump e com o qual ganhou o 35º Prêmio Anual Tezuka Osamu. Mas a fama veio com Slam Dunk que ganhou o 40º Prêmio Anual de Mangá Shogakukan para shonen mangá. Graças à repercussão de sua obra, organizou, junto com a editora Shueisha, um projeto intitulado “Slam Dunk Scholarship” que dava bolsa de estudo para estudantes japoneses aumentando ainda mais sua popularidade no país, sendo agraciado, em 2010, com a Comenda da Associação de Basquetebol Japonesa por ter ajudado a popularizar o basquete no país.

https://en.wikipedia.org/wiki/Takehiko_Inoue
Inoue Takehiko  on the web: https://itplanning.co.jp/

 

Sites relacionados:

Olimpíadas (Jogos Olímpicos) – Toda Matéria (todamateria.com.br)
Jogos Olímpicos – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)
東京五輪音頭-2020- ミュージックビデオ / TOKYO GORIN ONDO 2020 (Music Video) – YouTube
タッチ (漫画) – Wikipedia
INOUE TAKEHIKO ON THE WEB | SLAM DUNK スラムダンク (itplanning.co.jp)

 


 

● SUGESTÃO DE LEITURA 

Seguindo a linha esportiva, neste mês indicamos a leitura do livro Do que eu falo quando eu falo de corrida” (走ることについて語るときに僕の語ること/Hashiru koto ni tsuite kataru toki ni boku no kataru koto) do escritor japonês Haruki Murakami.

 

Assistindo a uma partida de beisebol, Haruki Murakami sentiu que conseguiria escrever um romance. Voltou para casa, escreveu e não parou mais. Em 1982, decidiu se dedicar por inteiro à carreira de romancista, mas tinha uma preocupação, como manteria a sua forma física. Então decidiu correr, pois podia fazer sozinho e não precisava de nenhum equipamento especial, e tornou-se um corredor de longas distâncias. Viu a possibilidade de escrever um livro sobre corrida, mas, Correr é um tema vago, levou um tempo para definir o tipo de abordagem a ser usada. Enfim decidiu manter seu estilo de escrita e escrever honestamente sobre o que pensava e o que sentia sobre o tema. Este livro traz relatos escritos, em sua maioria em tempo real, entre o verão de 2005 e o outono de 2006. Neles, Murakami discorre sobre o início dos treinos, sua força de vontade, seus objetivos, suas tentativas em superar suas marcas, e o entendimento de seus limites. Além dessas narrativas técnicas, ele também compartilha suas sensações, seus pensamentos, e suas lembranças pessoais. Para o autor, o maratonista e o romancista são semelhantes pois têm que desenvolver a concentração e a perseverança para seguir em frente. “Em todo caso, fico feliz por não ter parado de correr em todos esses anos. O motivo é o seguinte: gosto dos romances que escrevi. E fico de fato ansioso em descobri que tipo de romance vou produzir em seguida. Uma vez que sou um escritor limitado – uma pessoa imperfeita vivendo uma vida limitada, imperfeita -, o fato de que ainda consiga me sentir desse jeito é uma verdadeira realização…. E se correr todo dia me ajuda a realizar isso, então sou muito grato por correr”. É uma leitura ágil, bem-humorada e imprescindível para aqueles que querem conhecer a “pessoa” Haruki Murakami. O título do livro foi tirado do título de uma coletânea de contos de Raymond Carver, What We Talk About When We Talk About Love.

Sobre o autor:

Haruki Murakami nasceu em Kyoto, no Japão, em janeiro de 1949. Cresceu em Kobe, graduou-se na Universidade de Waseda, em Tóquio. Viveu por quatro anos nos Estados Unidos e regressou ao país natal em 1999. Seu primeiro romance Ouça a canção do vento ganhou o prêmio Gunzo de Literatura para escritores iniciantes. Em 1982 decidiu vender seu bar de jazz em Tóquio para se dedicar à escrita. Nesse período começou a correr para se manter em forma. Um ano mais tarde, ele completou, sozinho, o trajeto entre Atenas e a cidade de Maratona, na Grécia, em três horas e cinquenta e um minutos.  É considerado um dos autores mais importantes da atual literatura japonesa. Sua obra foi traduzida em mais de 50 idiomas e recebeu vários prêmios importantes, mais recentemente o Franz Kafka Prize e o Jerusalem Prize.

 

Ficha técnica:

Do que eu falo quando eu falo de corrida
(
走ることについて語るときに僕の語ること/Hashiru koto ni tsuite kataru toki ni boku no kataru koto)

Haruki Murakami (村上春樹); tradução de Cássio de Arantes Leite

Tradução do inglês: What I talk about when I talk about running.
Objetiva/Alfaguara, 2010.
Em português.
ISBN 978-85-7962-027-0
[895.64352 Mu]

https://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=27620270
https://www.harukimurakami.com/book/what-i-talk-about-when-i-talk-about-running-a-memoir
https://www.harukimurakami.com/author