DESTAQUES DA BIBLIOTECA – Outubro/2020

Neste mês de outubro, no Brasil, comemoramos o dia das crianças, e por isso vamos apresentar livros infantojuvenis, de sua Alteza Imperial a Princesa Takamado, e do escritor e ilustrado Taro Gomi.

Na sugestão de leitura destacaremos livros da escritora e ilustradora nipo-brasileira Lúcia Hiratsuka.

 

LIVRO

KATIE E O DEVORADOR DE SONHOS
(
夢の国のちびっこバク/ Yume no kuni no chibikko Baku)

Sua Alteza Imperial a Princesa Hisako Takamado; ilustrações de Brian Wildsmith; tradução de Profa. Doutora Maria Cláudia Silva Afonso e Álvares
Portugal: Lidel-Edições Técnicas, c1996
ISBN 978-972-757-724-8
Em português. [895.639282 Ta/ t.20820]

“Lá muito, muito longe, para além do arco-íris e por trás das nuvens, há uma terra onde vivem todas as criaturas fantásticas: unicórnios, dragões e muitas outras. Aqui, também, vivem os baku, os seres tímidos que devoram os sonhos maus. Todas as noites, os baku descem ao mundo em grande número para zelar pelo sono de todos os homens.”

Assim começa a história de um pequeno baku, devorador de sonhos, que foi em socorro de uma menina chamada Katie. Ele lutou contra todos os monstros e devorou todos os sonhos maus dela. Mas, no fim, foi apanhado no lado errado do sonho, e acabou no quarto de Katie.

O que ela fez com ele? E como será que o pequeno baku irá regressar para o outro lado do sonho?

Segundo a autora, esta história resume tudo o que costumava contar às sua três filhas, com o desejo de que tivéssemos um amigo como o pequeno baku, que devorasse todos os nossos pesadelos.

 

Sobre a autora

Sua Majestade Imperial a Princesa Hisako Takamado (Hisako Tottori) nasceu em Tóquio, formou-se pela Universidade de Cambridge onde estudou as disciplinas de Estudos Chineses, Arqueologia e Antropologia. Tornou-se membro da Família Imperial Japonesa ao se casar com sua Alteza Imperial Príncipe Norihito, em 1984, com quem teve três filhas. Viúva desde 2002, não parou de desempenhar seus deveres públicos, sendo uma das princesas mais ativas da Família Imperial. É presidente de mais de 20 organizações ligadas a esportes, a intercâmbios culturais e ao meio ambiente. Veio ao Brasil, em 2014, na Copa do Mundo de Futebol para apoiar a seleção japonesa. É autora de outros livros infantis como Luli, o Iceberg (Kodansha International), A Viagem de Netsuke (Kodansha), Yori-Dori, Mi-Dori, de álbum de fotografias de pássaros, entre outros.

 

Sobre o ilustrador

Brian Wildsmith nasceu em Penistone, no condado de Yorkshire, na Inglaterra. Depois de frequentar a Escola de Arte de Barnsley, estudou na Slade School of Fine Art durante três anos. Foi pioneiro na área de ilustração a cores de livros infantis, tendo influenciado muitos artistas. Em 1962, o seu livro ilustrado “ABC” recebeu o prêmio britânico The Kate Greenaway Medal, o maior prêmio na área da literatura infantil. Em 1994 foi inaugurado o Museu de Arte Brian Wildsmith em Izu Koen, na província de Shizuoka, Japão.

 

Sites relacionados

Breve introdução sobre baku em português (vídeo)

 


 

Esconde-Esconde
(
かくれんぼ かくれんぼ/Kakurembo kakurembo)

Taro Gomi; tradução de Stéphanie Havir
Berlendis & Vertechia, 2013
ISBN 978-85-7723-053-2
Em português. [896.639282 Go/ t.652]

Dois ratinhos estão brincando de esconde-esconde. Um deles decide se esconder atrás de um monte de feno, mas que surpresa, era uma raposa que também estava brincando. Os dois decidem se esconder atrás de uma árvore, ora vejam, é um hipopótamo, que também estava brincando de esconde-esconde. Que outras surpresas eles vão encontrar até o fim da brincadeira?

 


 

O crocodilo e o dentista
(
わにさんどきっ はいしゃさんどきっ/Wani-san doki haisha-san doki)

Taro Gomi; tradução de Stéphanie Havir
Berlendis & Vertechia, 2013
ISBN 978-85-7723-055-6
Em português. [895.639282 Go/ t.654]

O crocodilo não queria parar de brincar, mas precisava ir ao dentista, pois estava com dor de dente. O dentista estava se divertindo, mas precisava parar para atender o crocodilo. No consultório, os dois se trombam, com medo e respeito. Não se sabe por que, desde o início, o que um diz o outro repete. As palavras são iguais, mas as sensações são diferentes. Como ficará a relação entre os dois?

 

Sobre o autor

Taro Gomi nasceu em Tóquio em 1945. Graduou-se no Instituto Kuwasawa de Design. Por alguns anos trabalhou na área de desenho industrial e design gráfico. Com a publicação de seu primeiro livro “Michi”, em 1973, entrou definitivamente no mundo da literatura infantil. É um dos escritores mais prolíficos do Japão na atualidade. Publicou mais de 450 livros no Japão e seu trabalho é amplamente traduzido em outras línguas. Seu campo de atuação não se restringe à literatura infantil, também escreveu músicas infantis, ensaios para adultos e animações. Recebeu vários prêmios por suas obras, entre elas, o Graphic Prize at The Bologna Children’s Book Fair, o Sankei Children’s Publishing Culture Award e o Kodansha Publishing Culture Award.

 

Sobre a tradutora

Stéphanie Havir de Almeida é descendente de armênios, tchecos, italianos e portugueses, bacharel em Letras/Japonês, pela USP, optou posteriormente pela advocacia como profissão. Mas  guarda, e leva consigo, a riqueza e a humanidade que só o contato com outras línguas, culturas e pessoas é capaz de propiciar ao espírito. Em 2013 e 2015 surgiu a oportunidade de traduzir as obras infantis de Taro Gomi e Taro Miura. Leia mais sobre a tradutora em Tradução em Foco, na área especial do site da Fundação Japão em São Paulo.

 

Sites relacionados

 

● SUGESTÃO DE LEITURA

Nesta edição a nossa sugestão de leitura são os livros para o público infantojuvenil da escritora e ilustradora nipo-brasileira Lúcia Hiratsuka. As suas obras são inspiradas em suas memórias de infância, no interior do estado de São Paulo, e das histórias contadas por sua avó que, segundo a autora, era excelente contadora de histórias. Dentre seus livros selecionamos os premiados, Orie e Chão de peixes.

Em Orie (nome de sua avó), uma pequena menina anseia pela viagem de barco com seus pais para ir à cidade. O texto poético, com versos curtos, livres e sonoros, traduz o movimento da vida, um “vai e vem” como a água do rio, o movimento dos remos de bambu, os peixinhos.  A chegada trazia os sons e cheiros novos, as conversas, as roupas e os diferentes costumes. As ilustrações feitas em papel craft, os desenhos com lápis, carvão e pastel seco, são imagens dessas travessias. A diagramação do texto na página também traz uma sensação de idas e vindas, com o alinhamento ora feito à esquerda, ora na margem superior, ou na inferior, ora no centro da página. E nesse balanço das palavras e desenhos, Orie vai descobrindo o mundo que a cerca e compreendendo o significado de crescer.

O livro foi premiado em 2015 com o Prêmio FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil) como melhor livro na categoria criança, e escolhido para o Catálogo White Ravem 2015 da Biblioteca de Munique.

Em Chão de peixes, Hiratsuka revive suas lembranças através de poesia entre palavras e ilustrações.  Inspirada nos haicais japoneses a autora pesca sons, imagens e sensações guardadas bem lá no fundo da memória.Com a delicadeza das pinceladas em tinta sumi, faz surgir a poesia que está na simplicidade do cotidiano. O livro nos convida a dar um novo sentido para a natureza que nos cerca. Entremeadas aos saltos do grilo no quintal, aos passos das formigas andando em fila, palavras somem, outras surgem e se misturam aos riscos e rabiscos do capim. Riscos que formam peixes, o chão vira mar, lagartixa que vira lua, e até o tempo se torna outro. O título do livro vem em referência à memória da autora quando, no sítio, se encantou com o peixinho desenhado no chão por sua avó.

Recebeu o Prêmio Jabuti 2019 na categoria ilustração, e o Prêmio FNLIJ 2019 – produção 2018 – categoria poesia.

 

Ficha técnica

Orie
Lúcia Hiratsuka
Pequena Zahar, 2014
ISBN 978-85-66642-17-9
Em português. [869.39282 Hi/ t. 5417]

 

Chão de peixes
Lúcia Hiratsuka
Pequena Zahar, 2018
ISBN 978-85-66642-58-2
Em português. [869.39282 Hi/ t. 5341]

 

Sobre a autora

Lúcia Hiratsuka nasceu no sítio Asahi em Duartina, interior de São Paulo. Cresceu em meio à natureza, cercada de poesia e de livros que vinham do Japão, país de origem de sua avó, que lhe contava histórias de sua infância. Estudou na Faculdade de Belas Artes em São Paulo, mas foi só quando conheceu os trabalhos de Eva Furnari, Ciça Fittipaldi, Angela Lago e Ricardo Azevedo que encontrou o caminho da ilustração. Ganhou uma bolsa de estudos para a Universidade de Fukuoka no Japão onde pesquisou sobre o desenho na literatura infantil. Após o seu retorno começou a recontar e ilustrar os contos e as lendas japonesas que ouvia quando criança.  Buscou inspiração nas composições japonesas e estudou a técnica do sumiê, freqüentou várias oficinas de escrita para ajudá-la na construção de uma história ou na melhor exploração de uma ideia simples.

É amplamente reconhecida por seu trabalho, recebeu o selo Altamente Recomendável concedido pela Fundação Nacional do Livro Infantojuvenil (FNLIJ) por suas obras “Coleção Contos e Lendas do Japão” e “Contos da montanha; e ganhou vários prêmios Jabuti.

 

Sites relacionados