1. Jun’ichiro Tanizaki
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Nascido em 24 de julho de 1886 em Nihonbashi, um distrito comercial, que nos séculos XVIII e XIX, foi também um importante centro artístico, testemunha de cenas da vida cortesã, cotidiana, erótica. Nasceu numa época de intensa transformação do país, que se abria para o Ocidente.
Filho de comerciantes de Edo, atual Tóquio, começou a escrever cedo e em 1909 já publicava seus primeiros textos. Estudou literatura na Universidade Imperial de Tóquio, porém sem concluir o curso. Com fortes influências de Charles Baudelaire e Edgar Allan Poe no início de sua carreira, participou do movimento esteticista, que priorizava os valores estéticos em detrimento de temas sociais.
A importância de Tanizaki para a literatura japonesa, além de ser um escritor multifacetado e de excepcional talento, também reside no fato de ter criado pontes entre o Japão e o Ocidente. Foi extremamente prolífico e continuou escrevendo por mais de meio século. Sua bibliografia coleciona romances, peças de teatro, ensaios, poesias, cartas, traduções, incluindo a tradução de Genji Monogatari para língua japonesa moderna. Faleceu aos 79 anos em Tóquio, em 30 de julho de 1965 vítima de um ataque cardíaco.
A obra que o lançou de fato para o mundo literário foi Shisei (“Tatuagem”), ainda sem tradução para o português, no qual já demonstra sua admiração pela beleza feminina, um certo fetiche pelos pés femininos. É muito inspirado por questões sensuais, eróticas, e por vezes, a figura feminina possui traços ocidentalizados.
Inúmeros acontecimentos da história japonesa marcaram a trajetória do escritor. Em 1923, o Grande Terremoto de Kanto mudaria os rumos de sua vida pessoal e profissional. Tendo sua casa na região de Tóquio destruída, mudou-se para Quioto, onde voltou-se mais à cultura japonesa tradicional, em detrimento de sua paixão pelo ocidente e a modernidade.
Lançou entre 1943 e 1948, pela revista Chuo Koron, a obra Sasameyuki (“As Irmãs Makioka”), que retrata a história de quatro mulheres de uma família conservadora de comerciantes da região de Quioto e Osaka, durante o período da Segunda Guerra Mundial. O romance causou alarde a época, sendo considerado pelo governo como não apropriada para o momento em que o país passava. Nele, Tanizaki discute de modo sutil sobre os costumes, a cultura e as relações sociais japonesas mais tradicionais; aborda conflitos de valores com a ocidentalização do país e o impacto da modernização na vida dos japoneses, nas suas relações pessoais, na sua autoconsciência.
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