The History of US-Japan Relations

Esse livro enfoca a história das interações entre o Japão e os Estados Unidos desde a reinserção japonesa às relações internacionais, que ocorreu em meados do século XIX, até a meados da segunda década do século XXI. Um dos interessantes aspectos presentes nessa publicação e a abordagem da alternância dos diferentes momentos de convergência e divergência de interesses, na história entre esses dois países.

O livro The History of US-Japan Relations: From Perry to the Present tem como base o original em japonês que foi composta de 11 capítulos lançado em 2008. Contudo, a obra em inglês não é só uma tradução, além da revisão e adequação dos textos para a nova edição, ela traz um novo capítulo, o décimo segundo, que analisa o período que percorre do ataque às torres gêmeas nos EUA em 11 de setembro de 2001 até o segundo mandato do primeiro-ministro Shinzo Abe.

A publicação em japonês teve como editor o professor Makoto Iokibe, Chanceler da Universidade de Hyogo e ex-professor de história e diplomacia da Universidade de Kobe. A versão em inglês, por sua vez, publicada em 2017, teve como editor o professor Tosh Minohara, professor da Universidade de Kobe sobre as relações EUA-Japão, e que foi responsável também por alguns capítulos da versão em japonês. Além deles, há a participação de outros professores que totalizam dezoito autores.

Essa grande quantidade pode impressionar, mas o leitor mais acostumado em acompanhar as discussões das relações entre os EUA e o Japão e, particularmente, as relações internacionais do Japão, já deve ter se deparado com outros textos dos autores presentes nesse livro. Pois, além dos editores, os demais professores também têm várias publicações, inclusive em inglês. Mas, aos que estão ingressando nesse campo de estudo e outros interessados, não familiarizados com os nomes, informa-se que eles são professores e pesquisadores especializados na política e na diplomacia tanto dos EUA como do Japão.

O livro está organizado, com exceção dos três primeiros capítulos que têm uma abordagem mais temática, em capítulos delimitados por décadas, permitindo ao leitor construir sua própria compreensão cronológica da evolução das relações nipo-americanas. O livro está dividido também em duas partes, a primeira referente ao período que abrange o reestabelecimento das relações internacionais do Japão, ocorrida em meados do século XIX, até o final da década de 1930.

A segunda parte do livro analisa o período que vai do afastamento que vai ocorrer entre os EUA e o Japão na Segunda Guerra Mundial até o começo do século XXI, quando Tóquio apresenta novas iniciativas o fortalecimento das suas relações com os Washington. Entre essas ações promovidas pelo primeiro-ministro Abe, são citadas, por exemplo, a busca por aumento da capacidade de defesa do Japão, o estabelecimento do Conselho Nacional de Segurança e a flexibilização dos princípios para exportações de armamentos (p.253).

Iniciando a primeira parte dessa obra, no Capítulo 1, “America Enconters Japan (1836-94)”, apresenta-se um dos eventos mais citados do início do relacionamento bilateral nipo-americano, que é a abertura dos portos japoneses por imposição do Comodoro Matthew C. Perry em 1853. Esse começo do relacionamento é relatado trazendo detalhes de como, por exemplo, as ameaças de ataque feitas pelo Comodoro contrariavam as ordens de não agressão ao Japão dadas, tanto do presidente dos EUA, MiIllard Fillmore, que o nomeou comandante da esquadra do Leste asiático em 1852, como de Franklin Pierce, que era o presidente dos Estados Unidos, quando, em 1954, foi assinado o Acordo de Kanagawa estabelecendo o início das relações entre os dois países. Nesse primeiro capítulo, escrito por Tosh Minohara e Kaoru Iokibe, entre os temas abordados estão também os acordos estabelecidos pelo Japão com outras potências ocidentais, que à época ficaram marcados por serem desfavoráveis ao Japão, e a guerra sino-japonesa.

O Capítulo 2, “The emergence of Japan on the Global Stage (1895-1908)”, escrito por Yasutoshi Teramoto e Tosh Minohara, analisa o período em que o Japão emerge ao mundo como potência após suas vitórias sobre a China (1895) e sobre a Rússia (1905). No capítulo anterior relatou-se que os acordos estabelecidos privilegiavam os países ocidentais, mas com essas realizações colocaram o Japão em um novo e elevado patamar nas relações internacionais. Um exemplo é a solicitação britânica para que o Japão enviasse tropas para a África do Sul, com a finalidade de ajudá-la a conter uma revolta naquele país. Essa ação levou o Japão a ser reconhecido como a “polícia militar do extremo oriente”.

Já na relação nipo-americana, os autores apontam que países passaram a ter sobreposições de interesses na Ásia. O exemplo citado ocorre em 1899, quando o governo japonês tentou fornecer armamentos e munições para o movimento de independência das Filipinas, que, a época, estava sob o domínio dos EUA após sua vitória na guerra contra a Espanha em 1898. Destaca-se que há uma alteração das relações geopolíticas e que o Japão busca, naquele período, o reconhecimento internacional de sua ascensão, por exemplo, por meio do fortalecimento do seu poderia militar na Manchúria e de uma diplomacia pragmática.

De fato, no período do final do século XIX e início do século XX, com a revolução industrial, as economias dos EUA e do Japão foram impulsionadas, fazendo com que ambas emergissem como novas potências internacionais. Com isso, interesses japoneses e norte-americanos na Ásia começam a se sobrepor e se tornar concorrentes, conforme é apontado no Capítulo 3, “The Great War and Shifting Relations, 1909-1919”. Essa realidade contribuiu para o recrudescimento de temores e discursos raciais contra o Japão nos EUA. Os autores, Tosh Minohara, Shusuke Takahara e Ryouta Murai, apontam que na campanha das eleições de 1910 os políticos democratas utilizavam como slogan a frase “Keep Califonia White” (mantenha a California Branca – tradução do autor), acusando os republicanos de serem tolerantes em relação aos japoneses (p.47). Nesse capítulo, ilustra-se também que apesar de serem aliados na Primeira Guerra Mundial, já havia divergências entre esses dois países em relação as políticas de ambos na Ásia nesse período.

No Capítulo 4, “The 1920s: The Washington Treaty System and the Immigration Issue”, Ryuji Hattori e Tosh Minohara relatam que o primeiro-ministro Takashi Hara ao assumir o governo do Japão em 1918, implementou uma política de cooperação tanto com os EUA como com Reino Unido, tendo como iniciativa concreta o estabelecimento do Consórcio do Novo Banco dos Quatro Poderes (EUA, França, Japão e Reino Unido) para investimentos conjuntos na China, buscando uma aproximação dos países ocidentais. No entanto, com o final da Primeira Guerra Mundial os movimentos antijaponeses reascenderam nos EUA, surgiram reivindicações contra os agricultores imigrantes japoneses para restringir suas atividades. E os alguns políticos norte-americanos, passaram a colocar essas demandas em suas campanhas nas eleições de 1920. Nessa década, também vem à tona as divergências entre as políticas dos EUA e do Japão em relação à China, conduzindo ao distanciamento entre os dois países.

Finalizando a primeira parte do livro, no Capítulo 5, “The 1930s: Japan’s War with China and American non-recognition”, Fumiaki Kubo, Ryuji Hattori e Satshi Hattori apresentam o acirramento das divergências nipo-americanas. O Japão se retira da liga das Nações em março 1933 e os EUA, em resposta, demanda retaliações contra o Japão pelo “Comitê Consultivo do Extremo Oriente”. O presidente Franklin Roosevelt afirmou ter profunda simpatia pela China, já no início do seu mandato, e adotou uma postura crítica em relação às ações militares do Japão. Em 1939, no entanto, os autores apontam que a principal preocupação do presidente norte-americano passou a ser a guerra contra a Alemanha na Europa e não as ações japonesas na Ásia. E, apesar das advertências ao presidente Roosevelt de que a decisão de não renovar o Acordo de Comércio e Navegação com o Japão levaria esse pais a se aproximar da Alemanha, o Secretário de Estado dos EUA, Cordell Hull, notificou a Tóquio em julho de 1939 que o acordo bilateral terminaria. O resultado é que em setembro de 1940, o Japão estabelece o Pacto Tripartite com a Alemanha e a Italia, colocando-o agora na Segunda Guerra Mundial em campo oposto ao do ex-aliado, EUA.

A segunda parte do livro começa no Capítulo 6, “The Pacific War and the Ocupation of Japan, 1941-52”, com o episódio do ataque japonês a Pearl Harbor em 1941. Analisando esse conflito, os autores Futoshi Shibayama e Ayako Kusunoki reconhecem vantagens preliminares no conflito tanto para a Alemanha na Europa, como para o Japão na Ásia. Aos EUA, apontam os autores, cabia a tarefa de defender seus aliados para que não fossem derrotados. No entanto, em 1942 o cenário da II Guerra Mundial começa a sofrer alterações, pois as forças aliadas registram resultados positivos. No front europeu as forças alemãs tiveram de se dividir em duas frentes para combater a Rússia do lado oriental e os aliados do lado ocidental e, na Ásia, a capital do Japão, Tóquio, fora bombardeada pelos aviões norte-americanos.

Apesar das primeiras páginas desse capítulo chamarem muito a atenção do leitor, o ponto principal a ser acompanhado é o das relações nipo-americanas após o final do conflito. É nessa parte do livro que se discute a ocupação americana e as transformações políticas e de gestão, que ocorreram no Japão, incluso o processo de desmilitarização e democratização do país. E o capítulo conclui com um importante episódio para a história da diplomacia japonesa que é a reunião de São Francisco em 1951, no qual foi assinado o Tratado que restituiu a soberania ao governo de Tóquio e o Tratado de Mútua Segurança EUA-Japão.

O Japão, depois de derrotado e ocupado pelas forças americanas, se encontrava economicamente bastante enfraquecido. No Capítulo 7, “The 1950s: The Pax Americana and Japan’s Postwar Ressurgence”, os professores Takuya Sassaki e Hiroshi Nakanishi assinalam que no início da década de 1950 a economia japonesa era cerca de onze vezes menor que a americana. No entanto, o Japão, paralelamente a Alemanha, tem sua relação com os EUA e sua posição internacional renovada pela aprovação do NSC135/1, que os transportaram da situação de nações derrotadas na Segunda Guerra Mundial para a de atores estratégicos para um mundo livre no ocidente e no Pacífico (p.128).

Nesse capítulo discute-se ainda a renovação das relações entre o Japão e os EUA na segunda metade do século XX. Agora, em no ambiente da Guerra Fria e novamente como aliados, o governo de Washington pressiona o governo de Tóquio para reassumir maior participação internacional. As discussões sobre um crescimento do papel nipônico nesse novo contexto são negociadas não só entre dos dois países, mas também internamente entre os políticos japoneses e, nem sempre, as posições internas e externas convergiram.

A recuperação e crescimento econômico no pós Segunda Guerra causa admiração do mundo e é um dos temas tratados no Capítulo 8, “The 1960s: Japan’s Economic Rise and the Maturing of the Partnership”. De acordo com Makoto Iokibe e Takuya Sassaki, o Japão alcançou o primeiro superávit comercial com os EUA em 1965 e a economia japonesa alcançava a terceira posição entre as maiores do mundo três anos depois. Outro fato positivo ao país foi a negociação entre o primeiro-ministro Eisaku Sato e o presidente Richard Nixon dos EUA, que chegou a uma posição favorável à restituição do território de Okinawa ao Japão. No entanto, com a revitalização econômica do Japão, surgem novos atritos, agora no campo do comércio exterior. Resultando, com isso, na posição do presidente Nixon de condicionar a devolução da ilha a realização de uma restrição voluntária das exportações de produtos têxteis japoneses ao mercado norte-americano.

Outra informação que chama atenção nesse capítulo é a discussão, em 1964, sobre a possibilidade de o Japão armar-se com artefatos nucleares para fazer frente ao desenvolvimento nuclear da China, realizada entre o primeiro-ministro Sato e o então Embaixador norte-americano em Tóquio, Edwin Reischauer. Havia de fato preocupações dos EUA em relação à ascensão chinesa a condição de potência nuclear, no entanto, o Presidente Lyndon Johnson, preferiu manter a política de não proliferação nuclear e ratificar o compromisso americano pela defesa do Japão.

Comparando-se as décadas de 1960 e 1970, pode-se dizer que as condições gerais da primeira foram mais favoráveis ao Japão. Por exemplo, além do crescimento econômico conquistado, foram realizadas as Olimpíadas de Tóquio em 1964 causando admiração internacional pelas inovações e tecnologias apresentadas. Todavia, Yoshide Soeya Robert Eldridge apontam no Capítulo 9, “The 1970s: Stress on the Relationship”, que a década de 1970 foi marcada por mais dificuldades, tanto no âmbito econômico como no político.

Nas relações com os EUA o Japão passou a ser acusado de ser um carona ao se beneficiar economicamente sem ter gastos na área da segurança. As tensões econômicas também eram evidentes, havia desde o final dos anos 1960 crescente insatisfação americana com o déficit na balança comercial com o Japão, destacando-se o da área têxtil, ao ponto de produzir medidas restritivas de exportações de soja pelos EUA ao mercado japonês. Além dessa tensão comercial, outro problema importante para a economia japonesa nessa década, foram os dois choques de elevação do preço do petróleo, motivadas por tensões no Oriente Médio.

No âmbito político o Japão, em 1972, assistiu uma reaproximação EUA-China e, com isso, o primeiro-ministro Kakuei Tanaka também foi buscar a normalização das relações sino-japonesas. Em parte dessa década, com a presença do presidente Nixon no governo de Washington, as relações bilaterais não foram muito amistosas, mas a chegado do Presidente Jimmy Carter muda o cenário e as relações retomam o caminho para normalização e há o reconhecimento do Japão como importante aliado na Ásia.

Ao final da década de 1970, o Japão demonstrava ter conseguido enfrentar bem os seus desafios, pois o país se destacava como uma economia vigorosa e inovadora, tendo como destaques os avanços tecnológicos (p.189). Com essas conquistas, inicia a década de 1980 de maneira mais proativa, o que fez com que os EUA valorizassem mais o relacionamento bilateral.

Esse processo de revitalização das relações nipo-americanas vai ganhar mais força no Capítulo 10, “The 1980s: The Decade of Neoliberalism”, no qual Akihiko Tanaka e Masayuki Todokoro começam analisando as interações entre os governos do presidente Ronald Regan, que assume o governo em 1981, seu interlocutor japonês a partir de 1982, o primeiro-ministro Yasuhiro Naksone. Entre as razões que contribuíram para essa aproximação está a escalada das tensões entre os EUA e a ex-URSS, a qual levaria o governo norte-americano a pressionar o Japão para ter uma maior contribuição para si e para defesa a mútua (p.194).

Inicialmente o presidente Reagan não obteve sucesso nas suas demandas com o primeiro-ministro Zenko Suzuki, que não demonstrou rapidez em responder as demandas. Contudo, o primeiro-ministro Nakasone se mostrou favorável a ampliação dos investimentos japoneses em defesa. Um exemplo mencionado no texto é o da discussão de orçamento para defesa em 1982, pois enquanto o ministro das finanças propunha um aumento de 5,1%, o primeiro-ministro Nakasone defendeu um incremento de 6,5% (p.197). De fato, ele procurou promover um aprofundamento da cooperação na área da segurança internacional com Washington (p.199) e, ao longo do seu mandato, tentou eliminar o teto de 1% do PIB para gastos em defesa, mas as resistências na Dieta que enfrentou eram fortes.

Na segunda metade dos anos 1980, atritos econômicos conduziram o relacionamento nipo-americano a novos momentos tensos. E, um episódio importante abordado no capítulo foi o acordo de Plaza, em que para ajudar a competitividade das exportações norte-americanas, em outubro de 1985, os países membros do G-5 concordaram em valorizar suas moedas nacionais entre 10 a 12% o dólar dos EUA.

No Capítulo 11, “The 1990s: From a Drifting Relationship to a Redefinition of the Alliance”, Koji Murata assinala que o final da Guerra Fria marcada pela queda do muro de Berlim em 1989, teve uma triste coincidência, que foi a morte do imperador a japonês Hirohito, findando a era Showa, e dando início a era Heisei com o Imperador Akihito.

Ao final da década de 1980, os temores dos americanos passaram por transformações, pois a ex-URSS já não era mais percebida como a ameaça aos EUA, pois identificava-se a vitória dos EUA sobre a ex-URSS na disputa que havia se acirrado no início da década com o Presidente Reagan. As preocupações passaram a ser projetados sobre a concorrência contra o Japão. No âmbito da política externa, críticas que já vinham sendo manifestadas pelos interlocutores internacionais contra o Japão desde a década de 1970, por considerarem o país como um carona, se amplificaram com o final da Guerra Fria. Em resposta a essas pressões algumas decisões foram adotadas pelo governo japonês na gestão do primeiro-ministro de Kiichi Miyazawa, entre elas a promoção do Ato para Cooperação para Nações Unidas em Operações de Manutenção de Paz (Peace Keeping Operations) em 1992, pelo qual se permitiu às Forças de Auto Defesa do Japão participar de ações das Nações Unidas.

Essa aproximação Japão-EUA, entretanto, passou a enfrentar dificuldades a partir de 1993, ano em que o Partido Liberal Democrático (PLD) perdeu a maioria na Câmara Baixa, pela primeira vez desde 1955, e, com isso, a oposição ascende ao cargo de primeiro-ministro com Morihiro Hosokawa, num ambiente de sentimento antiamericano no país. A predominância, entretanto, é retomado já em 1996 com a eleição do primeiro-ministro Ryutaro Hashimoto membro do PLD.

O livro termina com o texto inédito do Capítulo 12, “US-Japan leadership in the Post-9/11 World”, escrito por Makoto Iokibe e Fumiaki Kobe que apontam o aumento das preocupações dos países com a segurança, decorrente do atentado sofrido pelos EUA no 11 de setembro de 2001, no qual se registrou quase três mil vítimas. As relações nipo-americanas também tiveram um período de aproximação motivadas pelas preocupações comuns sobre a segurança ao longo dos mandatos do presidente George Busch e do primeiro-ministro Junichiro Koizumi.

O capítulo avança até o período do segundo mandato do primeiro-ministro Shinzo Abe, apontando, mais uma vez, iniciativas do governo japonês em busca do fortalecimento do relacionamento com os EUA. E também desenvolvem dois temas que norteiam esse último texto, o da segurança, já mencionado anteriormente, e o dos desafios que o crescimento econômico chinês impõe a ambos, ou seja, tanto para os EUA como para o Japão.

Como pode-se perceber ao longo desta resenha, o livro faz uma abordagem bastante ampla do histórico das relações entre o Japão e os EUA, demonstrando que os interesses dos dois países nem sempre foram convergentes. Vários fatores contribuíram para divergências e, às vezes, resultando em disputas entre esses dois importantes atores das relações internacionais contemporâneas. Porém, pode-se deduzir que a parceria bilateral deverá permanecer durante os próximos anos, pois na área de defesa a relação com os EUA é fundamental para o Japão. Uma das razões apresentadas neste último capítulo é que apesar da China ser a segunda maior economia mundial, ainda deverá ainda demorar algumas décadas para ela alcançar o patamar militar dos EUA.

Enfim, nota-se que há uma grande riqueza de abordagem e informações que são trazidas no livro The History of US-Japan Relations: From Perry to the Present, por isso, recomendado para todos que queiram ter uma ampla visão do relacionamento entre esses dois países. Acrescenta-se que a importância desse relacionamento não é só bilateral, mas global, uma vez que envolve a primeira e a terceira maior economia mundial, respectivamente, EUA e Japão, que neste momento, tem necessariamente que dialogar e negociar com a China, que é a segunda maior economia do mundo.

Além disso, os interesses desses atores se sobrepõem, não só em termos econômicos, mas também político-estratégicos, incluindo o fato de que o trio tem importes interesses localizados no continente asiático, onde concentra-se o maior número de países com altos índices de crescimento econômico. Portanto, ainda que intensidades variáveis, os resultados das interações entre esses países repercutem sobre todos os países, o que torna a leitura desse livro ainda mais recomendável.

Boa leitura!