4. Conclusão

Dossiê Literário > Dossiê Literatura de autoria feminina no Japão moderno> 4. Conclusão

Conclusão

 

Ao observarmos o desenvolvimento da literatura de autoria feminina no Japão, nos tempos modernos, podemos constatar que embora possuindo uma herança clássica de mulheres escritoras desde o período Heian, durante o início do período moderno sob muitas influências estrangeiras, muitas escritoras ficaram à sombra da efervescência social que acontecia. Não por falta de participação delas, mas principalmente, devido às regras sociais e politicas públicas que ditava um modelo literário para mulheres e cobrava delas uma postura social. Isso nos dá a impressão de que elas não eram vistas como escritoras profissionais, mas sim como aquelas que deveriam ser modelos de integridade social.

Na contramão desse modelo de “boa mãe e esposa sábia” surgem revistas literárias criadas por mulheres com ideais feministas e marxistas, permitindo que muitas autoras pudessem publicar suas obras. Apesar disso, tentando seguir um fluxo oposto, surge Higuchi Ichiyô, que embora tenha seguido o modelo pré-estabelecido de “mulher modelo”, tendo um tutor para sua escrita e produções, ao final da sua breve carreira, passa a seguir um estilo próprio ainda hoje discutido, como moderno ou clássico.

Nosso objetivo maior nesse ensaio foi além de apresentar autoras pouco estudadas no âmbito acadêmico propor outra perspectiva de análise das obras modernas e contemporâneas. Não nos furtamos a entender que havia uma herança literária ainda imanente na produção dessas autoras e que seus estilos revelam essas nuances.

 

 

Referências Bibliográficas

 

ERICSON, Joan E. A new era of women writers. In: SHIRANE, Haruo; SUZUKI, Tomi (edit). Inventing the classics: modernity, national identity, and Japanese literature. Stanford: Stanford University Press, 2000, p. 641 – 647.

 

KEENE, Donald. The Diary of Higuchi Ichiyō. Modern Japanese Diaries: the Japanese at home and abroad as Revealed Through Their Diaries, New York: Columbia University Press, 1995, pp. 284 – 303.

 

MALAGÓN, Gustavo Flórez. La Nueva Mujer Japonesa: el testimonio prematuro de Higuchi Ichiyô (1872 – 1896). Espanha: Asiadémica – Revista universitária de estudios sobre asia oriental. n.04, julio de 2014. p.174-210, Disponível em < https://dialnet.unirioja.es/servlet/revista?codigo=22536>

 

MINER, Earl. The Traditions and Forms of the Japanese Poetic Diary. Pacific Coast Philology, vol. 3, Penn State University: Abril, 1968, pp. 38-48.

 

MOTOYAMA, Shozo. Ciência, Cultura e a Tecnologia e a Restauração Meiji. Revista de Estudos Japoneses, vol. 14, São Paulo: Centro de Estudos Japoneses, 1994, p. 93 – 100.

 

SUZUKI, Tomi. Gender and Genre: Modern Literary Histories and Women’s Diary Literature. In: SHIRANE, Haruo; SUZUKI, Tomi (edit). Inventing the classics: modernity, national identity, and Japanese literature. Stanford: Stanford University Press, 2000, p.71- 95.

 

TAMURA, Toshiko. <Onna> no Jiko Hyôzô (A auto representação do “feminino”). In: IIDA, Yuko (org.). A Literatura das Mulheres – para poder ler e interpretar a partir dos textos (Onnatachi no Bungaku). Nagoya: Nagoya Daigaku Shuppankai, 2016, p.22-46.

 

VAN COMPERNOLLE, Timothy  J. Literary Memory in Modernity. The Uses of Memory: The Critique of Modernity in the Fiction of Higuchi Ichiyô. Londres: Harvard University Asia Center, 2006, p.01-28.

 

 


 

<< 3. O caso de Higuchi Ichiyô // 5. Sugestões da biblioteca >>