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SÉRIE ESPECIAL DE ENSAIOS – Máscaras e a Filosofia Japonesa: uma reflexão para tempos pandêmicos

O artigo não pode ser utilizado total ou parcialmente sem o expresso consentimento do autor. A FJSP não detém os direitos sobre a obra, que pode ser protegida por direitos autorais.

Diogo César Porto da Silva: Bacharel em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) (2010), Mestre em Filosofia pela Universidade de Kyūshū (2014) e Doutor em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2020). Foi pesquisador convidado na Universidade de Quioto (2019) como bolsista da Fundação Japão. Tem como temas de pesquisa a filosofia japonesa (em especial o filósofo Kuki Shūzō), a estética japonesa, as relações entre filosofia/literatura e arte/política. Publicou artigos em periódicos em português, inglês e japonês. É também professor de língua japonesa no Instituto de Cultura Oriental (ICO), Belo Horizonte – MG.

E-mail: diogocpsilva@gmail.com

 

Resumo: Por que os japoneses têm maior facilidade de usarem as máscaras cirúrgicas tão necessárias nesse tempo durante o qual enfrentamos a pandemia COVID-19? E por que os brasileiros e pessoas de outros países do ocidente têm tanta dificuldade? O artigo busca explorar o pensamento que se encontra por trás daquilo que a máscara significa para ambas as culturas. Partindo das pistas linguísticas deixadas pela língua portuguesa e japonesa ao se referirem à palavra máscara, refletiremos sobre a questão da subjetividade e individualidade ditas como verdadeiras. Para tal propósito, seguiremos a filosofia do pensador japonês Sakabe Megumi (坂部 恵 1936 – 2009) na qual ele trata da antiga palavra japonesa para máscara, “omote” (面). Segundo Sakabe, a palavra “omote” propiciaria uma forma distinta de se conceber a subjetividade ou individualidade daquela da filosofia ocidental que pensa essas duas como uma verdade íntima e profunda que seria encoberta pela superficialidade da máscara. No pensamento japonês, insiste Sakabe, as máscaras relevariam uma subjetividade marcada pela reversibilidade e mutualidade, abrindo, assim, a possibilidade de nos vermos a nós mesmos como outros.

 

Palavras-chave: Filosofia japonesa, pandemia, máscara, subjetividade

O artigo não pode ser utilizado total ou parcialmente sem o expresso consentimento do autor. A FJSP não detém os direitos sobre a obra, que pode ser protegida por direitos autorais.

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