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O Zen e a sua influência sobre a arte da ikebana

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Haroldo Tuyoshi Sato
Possui Graduação em Psicologia (1992), Mestrado em Psicologia Clínica (2001), e Doutorado em Psicologia Clínica, todos pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). Sua dissertação de mestrado abordou a utilização de oficina terapêutica de arranjos florais – Ikebana, para pacientes psicóticos e neuróticos graves, sendo vertida, posteriormente, no livro Oficina Terapêutica de Ikebana (Sato, 2011), publicado pela Oficina CRV. Em 2022, publicou artigo sobre “A mística da relação do Bodhisattva Kuan Yin com as populações do Extremo Oriente e do Brasil. Lecionou, como professor, em várias universidades, como UNIP, Unicentro, Unicamporeal, Uniguaçu, IESSA, Unifsp. É psicoterapeuta, arteterapeuta, supervisor clínico e institucional, psicólogo judiciário.

 

E-mail: haroldo.sato@uol.com.br

 

Palavras chaves: Ikebana, Zen-Budismo, Cerimônia do Chá, Caminho, Iluminação.

 

Resumo: A relação dos japoneses com a espiritualidade e as flores remonta desde o início da história japonesa, tendo-se aprofundado com a passagem do tempo, até o reconhecimento do arranjo floral como arte – Ikebana – em 1462, através do monge budista Senkei. Ele fundou o primeiro estilo de Ikebana – Ikenobô – além de deixar codificada a primeira maneira de fazer o arranjo – rikka – formal e complexa. Paralelamente a este desenvolvimento, o zen-budismo, ramo do budismo que privilegia a iluminação súbita, seja através de paradoxos – koans, ou da meditação sentada – zazen, foi, progressivamente, influenciando as artes japonesas. O monge zen-budista Sen no Rikyu, no século XVI, reformou a Cerimônia do Chá, simplificando-a, além de introduzir uma nova modalidade de arranjo floral, a chabana, que contrariando o rikka, prima pela simplicidade e espontaneidade. Estudiosos apontam o rikka como próximo filosoficamente das escolas tradicionais budistas, que buscam a iluminação através de estudos formais dos sutras, enquanto a chabana aproxima-se da iluminação zen, espontânea e intuitiva. A chabana influenciou o surgimento de um novo tipo de arranjo, o nageire, menos formal, apropriado para ambientes fora da casa de chá. Pontuamos que a ikebana de Mokiti Okada aproximou o nageire da chabana, aproximando princípios zen-budistas daquela forma de fazer a ikebana. Também consideramos o kado e o chado, como “Do”, caminhos para a iluminação, como propostos por zen-budistas como Suzuki.

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