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Companhia Shigeyama de Teatro Kyôgen

Apresentações em São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro

Publicado por FJSP em Arte e Cultura 12/02/2011

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Conhecido como teatro tradicional e cômico, encenado entre as peças do lírico Nô, o Kyôgen (que tem origem no século XIV e mantém seu formato atual desde o século XVI).

Teatro Kyôgen: Companhia Shigeyama, de Kyoto, no Brasil

Apresentações no Rio de Janeiro, Curitiba e São Paulo

Pela primeira vez a Companhia Shigeyama de Teatro Kyôgen, da cidade de Kyoto, vem ao Brasil para apresentações gratuitas nos dias 23, 25 e 27 de fevereiro de 2011, nas cidades do Rio de Janeiro, Curitiba e São Paulo, respectivamente. Representado em japonês, mas com explicações em português, o espectáculo é recomendado para maiores de 12 anos.

Conhecido como teatro tradicional e cômico, encenado entre as peças do lírico Nô, o Kyôgen (que tem origem no século XIV e mantém seu formato atual desde o século XVI) é atuado também somente por homens, com forte ênfase no diálogo e preenchido por gestos ampliados, que facilitam a compreensão (ênfase na fala), além de figurinos tradicionais e vistosos. Devido a mudança dos costumes, recentemente programas exclusivos de Kyôgen já tem sido apresentados no Japão. Ele pode ser descrito como o protótipo do teatro moderno.

Os artistas Shigeru Shigeyama, Kaoru Matsumoto, Hiromi Shimada e Moriyuki Yamashita começaram muito jovens nessa arte e vêm dedicando suas vidas ao Kyôgen. Para esta turnê, escolheram as peças “Yobi Koe” (Enganado pelo ritmo) e “Kagyu” (O Caracol), ambas obras tratando-se de problemas de relacionamento entre um servo e seu patrão.

“Assistir a um espetáculo de Kyôgen é um convite à uma viagem no tempo. Através dele envolvemo-nos com um gênero de representação com sete séculos de existência, plena de símbolos e convenções, mas capaz de dialogar com o público do presente. As situações que compõem as mais de três centenas de peças do seu repertório, são propiciadas por atores habilidosos na arte da declamação e movimento. Kyôgen é a arte do ator, que vem sendo depurada e transmitida através de gerações. Dinâmico e alegre, as sessões traduzem o humor japonês com elegância e irreverência”, define a diretora, pedagoga e pesquisadora de Teatro Japonês, Alice K.

O gênero é constituído de duas escolas: a Okura e a Izumi. A Família de Sengoro Shigeyama pertence à Escola Okura. A denominação do líder da família, Sengoro Shigeyama, vem do Período Edo (1603-1868) e tem sido repassado de geração em geração, encontrando-se atualmente na décima terceira linhagem. É uma família reconhecida, prestigiada pelo Palácio Imperial de Kyoto e foi apreciada pelo lorde feudal de Hikone no passado

No esforço de mudar as formalidades do Kyôgen e torná-lo mais próximo do público em geral, o líder da 10a. geração teve iniciativa em apresentar-se fora dos teatros de Nô, de maneira mais informal, denominando as suas apresentações de “Kyoge n Tofu”, ou “Kyogen queijo de soja” – típico ingrediente da culinária japonesa utilizado tanto em pratos refinados como nos populares.

 

OS ARTISTAS

Segundo filho do 13º Sengoro Shigeyama, foi discípulo de seu pai e do avô. Estreou nos palcos aos 4 anos de idade, com a obra “Yanagi no shita” (Sob o Pé de Salgueiro). Em 1980, participou no filme “Momochi Sandayu”. Depois, ingressou na Escola de Formação em Teatro Nô de Kyoto, em 1989. Em 1994, fundou um grupo de Kyogen com Masakuni, seu irmão e os primos Motohiko e Ippei Shigeyama, com quem atuou até 2004. Apresentou-se em turnê pelo Leste Europeu em 1996. Em 1998, atuou na peça “Tsurigitsune” (A Raposa Içada). De 2000 a 2005, coordena um grupo de pesquisa de Kyôgen, conhecido como TOPPA! E desde 2006, tem apresentado Hanagata, sempre com o intuito de propagar a magia do Kyôgen.

 

 

Foi discípulo do 12º Sengoro Shigeyama (o atual 4º Sensaku) desde 1974, enquanto cursava a graduação na Universidade Ritsumeikan. Estreou nos palcos aos 23 anos de idade, como ado, ator secundário, na peça “Uri nusubito” (O Ladrão de Melões). Em 1984, fundou o Grupo de Pesquisa de Kyôgen, com Masami Amitani e Yasushi Maruishi. Atuou diversas vezes no exterior. De 1999 a 2003, produz a obra colaborativa “Monnaie de Singes” no Teatro Municipal de Paris, com o apoio do Ministério da Cultura da França, com apresentações na Espanha, Portugal, França e Canadá. Em 2006, recebe premiação do Governo de Kyoto.

 

Segundo filho do ator de Kyogen Hayao Tagaya. Estreou nos palcos em 1984, como shite, o ator principal, em Iroha (A-B-C). Em 2002 tornou-se discípulo do 13 Sengoro Shigeyama e ingressou na Escola de Formação em Teatro Nô de Kyoto. No mesmo ano, apresentou-se com a Companhia Tagaya de Kyogen, na Irlanda. Em 2009, ingressa na Associação de Nô de Kyoto, tornando-se independente.

 

Estreou como ado (coadjuvante) na obra “Kagyu” (O caracol), em 2001. Em 2008, torna-se discípulo do 13º Sengoro Shigeyama e ingressa na Escola de Formação em Teatro Nô de Kyoto.