Agenda
Fundação Japão promove palestra sobre a música popular nipo-brasileira
Publicado por FJSP em Estudos Japoneses e Intercâmbio Intelectual 08/03/2019
“Música Popular Nipo-Brasileira: cultura e identidade no século XXI”
Data: 20 de março de 2019, quarta-feira
Horário: 19h
Local: JAPAN HOUSE São Paulo
Av. Paulista, 52 | Bela Vista | São Paulo-SP
Entrada gratuita (as senhas serão distribuídas uma hora antes do evento)
Classificação Livre
Na palestra, Vitoru Kinjo também apresentará ao público seu mais novo lançamento, Flores para o Coração da Gente
No dia 20 de março, quarta-feira, o cantor, compositor e cientista social Vitoru Kinjo é o convidado da Fundação Japão para a palestra “Música Popular Nipo-Brasileira: cultura e identidade no século XXI”.
No evento, Kinjo apresentará as narrativas inovadoras criadas por artistas nipo-descendentes acerca da brasilidade e japonesidade ao longo dos 111 anos de imigração, questionando fronteiras e cultivando perspectivas cosmopolitas sobre cultura e identidade.
O pesquisador avalia a presença do nipo-descendente na música popular brasileira e sua importância para a formação contemporânea da cultura brasileira e japonesa no Brasil.
A palestra é uma reflexão atualizada de sua tese de doutorado em Ciências Sociais “Cantos da Memória Diaspórica”, defendida em 2015 na Unicamp, bem como de seu projeto artístico mais recente, “O mundo é um”, sobre identidade, diversidade e sustentabilidade na sociedade contemporânea.
O evento é gratuito e aberto ao público, com vagas limitadas. As senhas deverão ser retiradas no local, uma hora antes do início da apresentação.
Flores para o Coração da Gente
A palestra “Música Popular Nipo-Brasileira: cultura e identidade no século XXI” é também parte de uma série de eventos que compõem o lançamento do single “Flores para o Coração da Gente”, prevista para 15 de março nas plataformas digitais. A música é a versão brasileira da canção “Hana”, para a qual Kinjo fez uma tradução poética do japonês inspirada no contexto contemporâneo do Brasil e do mundo. A música original é um dos maiores sucessos do compositor okinawano Shoukichi Kina.
“Flores para o Coração é sobre os rios, flores e mortes que correm dentro de nós. É sobre como nossas emoções se movem em tempos de injustiça e dor. É um convite para reconhecermos nossas águas interiores, nossa identidade transcultural. E cuidarmos das águas externas, rios, florestas e cidades, em busca de um mundo em paz”, revela Kinjo.
Com produção musical de João Antunes, Ivan Banho e Ivan Gomes, apoio da Fundação Japão de São Paulo e lançamento pela YB Music/Matraca Records, a canção ganha sua primeira versão em português e uma versão brasileira em japonês, com viola caipira (João Antunes), sopros (Fernando Sagawa e Marina Beraldo Bastos), percussões (Ivan Banho) e vozes (Vitoru Kinjo e Eduardo Colombo).
Vitoru Kinjo
Victor Uehara Kanashiro nasceu em São Paulo, em 1984. Neto de imigrantes okinawanos, começou a cantar na infância música japonesa. Iniciado no piano aos 7 anos e no violão aos 12, cresceu ouvindo a música brasileira, europeia, norte-americana e latina da vitrola de seu pai, e a música pop da década de 90.
Na juventude, graduou-se em Economia na Universidade de São Paulo (2007) e em Ciências Sociais na PUC-SP (2007). Nessa época, enquanto tocava em festas e festivais universitários, aprofundou seus estudos de piano com Beba Zanettini e compôs suas primeiras canções.
O cantor é mestre em Sociologia (2010) e doutor em Ciências Sociais pela Unicamp, onde defendeu a tese “Cantos da Memória Diaspórica: representações, (des)identificações e performances de Mishima a Okinawa” em 2015.
Também estudou canto, dança e teatro com Maud Robart (Haiti/França), Yoshito Ohno (Kazuo Ohno Dance Studio/Japão) e Thomas Richards (Workcenter of Jerzy Grotowski and Thomas Richards/Itália). Em 2015, fundou a SAMAUMA Residência Artística Rural, na Serra do Mar (Mogi das Cruzes-SP), e em 2017 lançou seu primeiro disco, KINJO, pelo selo Matraca/YB Music.
Apresentou-se como artista e pesquisador em universidades e centro culturais de todo o Brasil, além de Holanda, Espanha, Itália, França, Japão e EUA. Em 2018, integrou a Delegação Uchinanchu no Fórum da ONU para Questões Indígenas, em Nova York. Indicado como Melhor Cantor ao Prêmio da Música Brasileira 2018 (Categoria Regional), seu sonho é atravessar de barco todo o percurso do rio Tîetê.
Seu primeiro disco, “KINJO”, foi descrito como “um novo olhar para a música brasileira” (Revista Arte Brasileira), e eleito o 20º melhor do ano na lista dos “100 Melhores Discos da Música Brasileira em 2017”, pelo site Embrulhador. A canção “Sistema Solar” ficou na 12º posição entre as “100 Melhores Canções do Ano”.
“KINJO é movido por uma utopia musical e sociopessoal na busca de um bem viver comum. Ele parte da imaginação sobre nossas raízes, sempre transculturais, mas ligadas ao presente e ao passado do mundo e da terra, para uma música que seja ao mesmo tempo antropofagicamente ancestral e contemporânea. Somos todos irmãos, há dez mil anos atrás”, diz Vitoru Kinjo.
Entre 2017 e 2018, com sua banda, circulou em diversos espaços em São Paulo como Instituto Brincante, Teatro do Centro da Terra, Fundação Ema Klabin, Al Janiah, Teatro da Rotina, SESC Bauru, SESC São José dos Campos, SESC Santos, SESC Registro, SESI São José dos Campos, Virada Cultural Paulista, além de apresentações em Salvador (Fórum Social Mundial), Brasília (Fórum Alternativo Mundial da Água) e Japão (World Uchinanchu Festival).
Sobre Shoukichi Kina
“Abaixem as armas, levantem instrumentos musicais”, canção que o músico e compositor Shoukichi Kina escolheu para performar nas Olimpíadas Culturais das Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, resume sua filosofia.
Desde 1968, quando formou sua banda, Champloose, Kina deu voz a questões ambientais e também para a situação de Okinawa. Uma das primeiras vozes a combinar a música tradicional asiática com as influências do rock e do reggae, Kina continua a utilizar de sua música para aproximar a Ásia e o Ocidente.
Filho de um tocador de sanshin, Kina tem sido acolhido por diversos músicos do mundo. Seu álbum, Bloodlines, de 1980, foi gravado no Havaí com Ry Cooder no bandolin, slide e violão eletroacústico. “The celebrations”, lançado 2 anos depois, apresentou uma colaboração com o tecladista japonês Makoto Yano. A canção “Subete no Hito no kokoro ni Hana o” teve versões dos músicos estadunidenses Henry Kaiser e David Lindley, e da cantora indonésia Detty Kurnia.
Serviço
“Música Popular Nipo-Brasileira: cultura e identidade no século XXI”
Data: 20 de março de 2019, quarta-feira
Horário: 19h
Local: JAPAN HOUSE São Paulo
Av. Paulista, 52 | Bela Vista | São Paulo-SP
Entrada gratuita (as senhas serão distribuídas uma hora antes do evento)
Classificação Livre
Deixe um comentário