Agenda
Centenário de Keisuke Kinoshita ganha ciclo de filmes na Cinemateca de Curitiba e no SESC Pinheiros
Publicado por FJSP em Arte e Cultura 15/06/2012
Mostra de filmes
100 anos de Keisuke Kinoshita
ENTRADA GRATUITA
Recomendável para maiores de 14 anos
Curitiba
19 a 24 de junho de 2012
Local: Cinemateca de Curitiba
Sala João Batista Groff e a Sala Limite
Rua Carlos Cavalcanti, 1174 – São Francisco
Tel: (41) 3321-3252/3270
Capacidade: 104 lugares
São Paulo
03, 04, 05, 10, 11 e 12 de julho de 2012
Local: SESC Pinheiros
Rua Paes Leme, 195 – Pinheiros
(próximo ao metrô Pinheiros – Linha Amarela)
Tel: (11) 3095-9400
Capacidade: 100 lugares
Para informações sobre outras programações acesse o site: www.sescsp.org.br
Co-Realização:
Fundação Japão em São Paulo
SESC São Paulo
Apoio:
Consulado Geral do Japão em Curitiba
Gargântua Produções
Sites:
www.fjsp.org.br
www.curitiba.br.emb-japan.go.jp
www.fccdigital.com.br
www.sescsp.org.br
Informações e contatos:
Fundação Japão – (11) 3141-0110
info@fjsp.org.br
Cineasta focou produção em dramas e comédias do pós-Guerra no Japão
Celebrando os 100 anos de nascimento do cineasta japonês Keisuke Kinoshita (1912-1998), a Fundação Japão e o SESC São Paulo realizam gratuitamente a mostra “100 anos de Keisuke Kinoshita” com 12 filmes, em cor e p&b, no SESC Pinheiros, no período de 03, 04, 05, 10, 11 e 12 de julho de 2012. No Paraná, o festival é realizado pelo Consulado Geral do Japão em Curitiba, com apoio da Fundação Japão e Fundação Cultural de Curitiba, e acontece na Cinemateca de Curitiba, de 19 a 24 de junho de 2012. Depois do Brasil, a mostra segue para Estados Unidos e Índia, onde será exibido simultaneamente.
1.A Flor do incenso, 2.Mulher, 3.O Inesquecível, 4.Lenda do narayama, 5.Uma Tragédia Japonesa
Segundo Luis Pavan, o curador desta mostra, Kinoshita foi considerado um dos mais populares cineastas japoneses do período do pós-Segunda Guerra, foi diretor, escritor e produtor, especialista em fazer dramas sentimentais e comédias com o uso inovador de cenários expressionistas.
Embora seja menos conhecido que seus colegas Akira Kurosawa, Kenji Mizoguchi e Yasujiro Ozu, Keisuke Kinoshita foi um dos mais respeitados pelos espectadores e críticos, que incluem em suas listas de 10 melhores filmes japoneses “Sublime Dedicação” (Nijushi no hitomi) – que está no festival, entre as décadas de 40 e 60. Ele costumava comentar: “Não consigo evitar, idéias para filmes parecem pipocar na minha cabeça…”.
Raramente os mais de 50 filmes de Kinoshita foram exibidos fora do Japão, mas em seu país ele foi um bem conhecido diretor pioneiro ao usar filmes colorizados e tocar em temas relativos ao cotidiano dos espectadores japoneses. Em contraste com a temática mais convencional de suas histórias, Kinoshita foi um ousado experimentador de técnicas de vanguarda.
Índide das Sinopses
- O Porto em Flor (Hana Saku Minato)
- Rikugun
- Mulher (Onna)
- Uma Tragédia Japonesa (Nihon no Higeki)
- Sublime Dedicação (Nijushi no Hitomi)
- Lenda do Narayama (Narayama Bushiko)
- Primavera Desfolhada (Sekishun-cho)
- Almas em Flor (Kazabana)
- Hoje como Ontem (Kyo mo mata kakute ari nan)
- O Murmúrio do Rio Fuefuki (Fuefukigawa)
- O Inesquecível (Eien no Hito)
- Flor e Incenso (Koge)
Cinéfilo desde pequeno
Nasce em 1912 na cidade de Hamamatsu. Ainda criança, Kinoshita já era fã do cinema. Seus pais eram donos de mercearia na cidade e queriam que ele aprendesse a cuidar dos negócios, então o enviaram para a escola técnica. Mas Kinoshita estava completamente focado em fazer filmes. Ele se matriculou na Oriental Photography School para poder aprender a ser câmera e começar a trabalhar com cinema.
Na tentativa de realizar seu sonho, procura emprego nos estúdios da Shochiku, primeiramente como auxiliar de câmera e depois como assistente do diretor Yasujiro Shimazu, pioneiro do cinema japonês. Por recomendação de outro assistente de direção, Kozaburo Yoshimura, ele começa a aprender o ofício de direção. Criativo e aplicado, passa anos como aprendiz de Shimazu.
Primeiros trabalhos
Em 1943 começa a dirigir, depois de ter voltado da Guerra. O tom cômico do embate entre a sofisticação urbana e da inocência rural aparece e seu amor pelas virtudes da honestidade e simplicidade viram marca da sua obra, que mesmo durante a produção de filmes de propaganda do exército, os militares avaliam seu trabalho como fraco no poder persuasivo, diziam que era muito sensível.
Faz mais de 12 filmes nos anos 40 e o foco temático são os dramas e comédias. Seus filmes apresentam quase sempre mulheres simples e honestas como personagens principais. Comenta-se da sua conexão/inspiração/diálogo de estilo com o cineasta René Clair, um dos principais representantes do Realismo Poético Francês, tanto no estilo visual, narrativa e caráter dos protagonistas.
Nos anos 50 passa a escrever para seus filmes que se tornam muito populares junto ao público. Mantém um ritmo regular de produção de dois filmes por ano. As personagens são otimistas e doces, prato cheio para a projeção-identificação de um público que está diariamente reconstruindo suas vidas num país que foi arrasado pela Guerra.
Em 1951 dirige seu primeiro filme colorido, a comédia “Carmem volta para Casa” (Karumen kokyo in kaeru), que terá sua personagem principal vivendo mais uma história no seu próximo filme “A Grande paixão de Carmem” (Karumen junjo su) em 1952.
6.Rikugun, 7.O Porto em Flor, 8.Almas em Flor, 9.Primavera Desfolhada, 10.O Murmúrio do Rio Fuefuki, 11.Hoje como Ontem
Dramas sociais
Em 1953 acontece a virada temática na obra de Kinoshita com o filme “Uma Tragédia Japonesa” (Nihon no higeki). Se antes os seus filmes tinham tom cômico e leve passam agora a focar perturbados dramas sociais. Suas protagonistas, num choque constante com a realidade opressora, se vêem em situações de decisões extremas para sobreviver, lutas cotidianas para lidar com questões éticas e econômicas, buscando recuperar a sua dignidade. Flashbacks, cortes ágeis e constantes imagens de trens em movimento ajudam a dar tom a esta narrativa realista.
Sublime Dedicação
Seu próximo filme, “Sublime Dedicação” (Nijushi no hitomi) de 1954, é o drama de uma professora com seus 12 alunos ao longo do tempo. Um retrato inocente e cheio de compaixão sobre os efeitos da Guerra. Se os homens vão para a Guerra (e não voltam), temos as mulheres e as crianças. São eles que vamos ver nas telas como protagonistas. Novamente seu toque sensível vai atingir o público porque está conectado com as mais profundas questões cotidianas do seu país.
O teatro kabuki vai aparecer em seu filme de 1955, “Poesia do Meu Primeiro Amor” (Nogiku no gotoki kimi nariki) e seu experimentalismo e ousadia técnica vai tornar “Lenda do Narayama” (Narayama Bushiko) de 1958 um clássico da cinematografia japonesa, retratando as tradições, a família, os deveres sociais, a rigidez e obediência de um povo que passava por uma erosão cultural e ambivalência dos seus (novos) ideais e valores.
Os anos 50 foram o auge do seu sucesso junto ao público, embora a crítica sempre olhasse seus estilo sentimental de forma atravessada. Fez mais 9 filmes nos anos 60 e outros 5 entre 1976 e 1988. Também foi o produtor do mundialmente famoso “Dodeskaden” para Akira Kurosawa em 1970. Kinoshita foi sempre um olhar atento e um incentivador dos novos talentos que estavam ao seu redor. Destacam-se Masaki Kobayashi e Kiju Yoshida. Ambos vão se tornar cultuados e criativos diretores do período da Nouvelle Vague japonesa.
SINOPSES
O Porto em Flor (Hana Saku Minato)
(1943, 82 minutos, p/b)
Diretor: Keisuke Kinoshita
Elenco: Eitaro Ozawa, Ken Uehara, Mitsuko Mito, Chishu Ryu, Eijiro Tono.
Em 1941, aparecem dois homens na ilha de Kyushu que se entitulam filhos de Kenzo Watase (homem que tentou construir um estaleiro na ilha). Os dois são malandros que estão interessados somente em dinheiro e coincidentemente pensam em aplicar um golpe. Estréia de Keisuke Kinoshita como diretor.
Rikugun
(1944, 87 minutos, p/b)
Diretor: Keisuke Kinoshita
Elenco: Chishu Ryu, Kinuyo Tanaka, Eijiro Tono, Ken Uehara e Ken Mitsuta.
A história se passa em Kokura-Kyushu, do início da Era Meiji até a Guerra do Pacífico, ao longo de 3 gerações da família Takagi. Este filme foi produzido durante a Segunda Guerra Mundial e a emocionante cena final é famosa pela reversão do fluxo narrativo.
Mulher (Onna)
(1948, 67 minutos, p/b)
Diretor: Keisuke Kinoshita
Elenco: Mitsuko Mito e Eitaro Ozawa.
A dançarina Toshiko é levada a força pelo gangster Machida para Hakone e Hamamatsu. No caminho, ela passa por situações terríveis e encontra homens que pioram essa situação. Este filme mostra uma mulher que desperta o seu forte espírito e que vai contra a pressão masculina, um tema raramente abordado por Kinoshita.
Uma Tragédia Japonesa (Nihon no Higeki)
(1953, 116 minutos, p/b)
Diretor: Keisuke Kinoshita
Elenco: Yuko Mochizuki, Yoko Katsuragi, Masami Taura , Keiji Sada e Teiji Takahashi.
A viúva de guerra Haruko tem dois filhos Utako e Seiji. Ela vive em prol deles, e esse é o seu objetivo para seguir a vida, mas esses reagem de forma fria com ela. Esta obra mostra a quebra do elo entre pais e filhos e tem como pano de fundo o conturbado período pós-guerra da década de 50.
Sublime Dedicação (Nijushi no Hitomi)
(1954, 155 minutos, p/b)
Diretor: Keisuke Kinoshita
Elenco: Hideko Takamine, Takahiro Tamura, Somegoro Ichikawa, Shima Iwashita e Mannosuke Nakamura.
Abril de 1928. Hisako Oishi é transferida pra escola primária de Shodoshima e fica encarregada de 12 crianças. Enquanto esforça-se para se adaptar aos costumes do interior, ela se familiariza com as crianças e pais. Obra representativa do estilo lírico de Kinoshita que descreve os laços entre professor e aluno durante as circunstâncias da guerra.
Lenda do Narayama (Narayama Bushiko)
(1958, 98 minutos, cor)
Diretor: Keisuke Kinoshita
Elenco: Kinuyo Tanaka, Teiji Takahashi, Yuko Mochizuki, Danko Ichikawa e Keiko Ogasawara.
Ao estilo do teatro Kabuki, o filme conta a história de uma vila na qual falta comida. As famílias que nela vivem passam por diversos problemas e tem que lidar com os conflitos de gerações e o que fazer com os seus membros mais velhos. A sociedade, a economia, a família, os costumes… os truques do mundo são condensados nesta obra emocionante.
Primavera Desfolhada (Sekishun-cho)
(1959, 102 minutos, cor)
Diretor: Keisuke Kinoshita
Elenco: Keiji Sada, Ineko Arima, Masahiko Tsukawa, Akira Ishihama e Tozo Yamamoto.
Depois de muito tempo, Naoji Iwagaki retorna a Aizu e com isso é reatada a amizade dos quatro amigos de infância. A mudança na situação atual de cada um começa a criar diferenças e conflitos entre os sentimentos dos amigos.
Almas em Flor (Kazabana)
(1959, 78 minutos, cor)
Diretor: Keisuke Kinoshita
Elenco: Keiko Kishi, Ineko Arima, Yoshiko Kuga, Yusuke Kawazu e Chieko Higashiyama.
Haruko, filha de camponeses, e Hideo Nakura, segundo filho de um grande proprietário de terras, tentam suicídio juntos, mas Haruko acaba sobrevivendo. Haruko está grávida. Preocupado com os olhares alheios, o chefe da família Nakura acaba acolhendo a garota. Ao crescer, assim como sua mãe, o filho também se apaixona por uma pessoa de classe social diferente da sua. Conflitos entre pais e filhos e discriminação social são os temas principais deste filme.
Hoje como Ontem (Kyo mo mata kakute ari nan)
(1959, 74 minutos, cor)
Diretor: Keisuke Kinoshita
Elenco: Teiji Takahashi, Yoshiko Kuga, Kankuro Nakamura, Takahiro Tamura e Kazuya Kosaka.
O assalariado Shoichi vive perto do mar. Yasuko, sua esposa, é ocupada com a criação do filho e afazeres domésticos. Um dia, Shoichi acaba emprestando a casa ao seu chefe, muda-se para a casa de um colega e sua mulher e filho voltam para a casa dos pais que possuem uma mercearia. Yasuko acaba se interessando por Shusuke, que aparece na mercearia trazendo uma pequena menina. Excelente trabalho de drama humano de Kinoshita.
O Murmúrio do Rio Fuefuki (Fuefukigawa)
(1960, 117 minutos, p/b e cor)
Diretor: Keisuke Kinoshita
Elenco: Hideko Takamine, Takahiro Tamura, Somegoro Ichikawa, Shima Iwashita e Mannosuke Nakamura.
No período de guerras, próximo a Ponte de Fuefuki há uma casa de um pobre agricultor que vive com seu genro Hanpei e os netos Take, Hisa e Hanzo. História de 5 gerações de pai e filho que se estende por 60 anos. Baseado no romance realista de Shichiro Fukazawa.
O Inesquecível (Eien no Hito)
(1961, 107 minutos, p/b)
Diretor: Keisuke Kinoshita
Elenco: Hideko Takamine, Yoshi Kato, Keiji Sada, Kiyoshi Nonomura e Tatsuya Nakadai.
No ano de 1932, um mulher, cujo noivo foi lutar na China, é violentada pelos filho do dono da terra onde vive e com quem é forçada a se casar. A história se passa ao longo de três décadas, e mostra a busca dessa mulher pelo amor e como lida com os conflitos familiares nas diversas fases da sua vida.
Flor e Incenso (Koge)
(1964, 202 minutos, p/b)
Diretor: Keisuke Kinoshita
Elenco: Mariko Okada, Nobuko Otowa, Kinuyo Tanaka, Haruko Sugimura e Eiji Okada.
História dramática sobre uma mãe e filha, ambas vivendo no caminho da prostituição. Enquanto a mãe é escrava de sua paixão pelos homens, a filha suporta heroicamente sua má sorte. Baseado no romance de mesmo nome de Sawako Ariyoshi, adaptado por Keisuke Kinoshita, o filme mostra a amarga relação entre ambas mulheres desde o tempo da Guerra Russo-Japonesa até meados dos anos sessenta.
Veja abaixo as programações de cada cidade:
Serviço
Mostra de filmes
100 anos de Keisuke Kinoshita
ENTRADA GRATUITA
Recomendável para maiores de 14 anos
Curitiba
19 a 24 de junho de 2012
Local: Cinemateca de Curitiba
Sala João Batista Groff e a Sala Limite
Rua Carlos Cavalcanti, 1174 – São Francisco
Tel: (41) 3321-3252/3270
Capacidade: 104 lugares
São Paulo
03, 04, 05, 10, 11 e 12 de julho de 2012
Local: SESC Pinheiros
Rua Paes Leme, 195 – Pinheiros
(próximo ao metrô Pinheiros – Linha Amarela)
Tel: (11) 3095-9400
Capacidade: 100 lugares
Para informações sobre outras programações acesse o site: www.sescsp.org.br
Co-Realização:
Fundação Japão em São Paulo
SESC São Paulo
Apoio:
Consulado Geral do Japão em Curitiba
Gargântua Produções
Sites:
www.fjsp.org.br
www.curitiba.br.emb-japan.go.jp
www.fccdigital.com.br
www.sescsp.org.br
Informações e contatos:
Fundação Japão – (11) 3141-0110
info@fjsp.org.br
Comentários
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vale a pena.
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Nunca assisti a um filme deste diretor. Gostaria de assistir, vou me programar.
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cores e fotografia liiindas!
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